Foram pelo menos três os motivos que fizeram com que José Serra, do PSDB, decidisse participar, pela terceira vez, da disputa pela Prefeitura de São Paulo. O primeiro, segundo amigos, tem total relação com sua boa votação na cidade em 2002, quando disputou a Presidência contra Luiz Inácio Lula da Silva. No segundo turno, o tucano teve 2.930.620 votos na capital – 1% a menos que o atual presidente. Serra, se eleito, teria interesse em retomar a disputa presidencial daqui a dois anos. Ele nega.

Embora animado com a aceitação na cidade em que nasceu, faltava ainda um quadro mais atualizado da situação eleitoral. Serra pôs então na balança dois fatores: o desgaste do governo Lula e o bombardeio de denúncias contra o ex-prefeito Paulo Maluf (PP). Ele entende que, com isso, pode tirar votos da prefeita Marta Suplicy (PT) e do malufismo desgastado e se beneficiar dessa conjuntura. ?Serra entrou na disputa com a certeza de que sairá vencedor. E é claro que toda a conjuntura política foi analisada?, diz o ex-presidente do PSDB José Aníbal, um dos articuladores da candidatura tucana.

Identificados os pontos fortes que poderiam ser usados a seu favor, Serra, que iniciou a carreira política como líder estudantil, decidiu lançar-se como a opção do partido para enfrentar, principalmente, a prefeita Marta Suplicy. Aos 62 anos, ex-senador e ministro do Planejamento e da Saúde no governo Fernando Henrique, Serra parece estar conseguindo contornar a pecha de antipático e mal-humorado: tem a mais baixa taxa de rejeição entre os candidatos, segundo o Datafolha.

Além disso, tem aparecido nas pesquisas como o preferido dos eleitores, bem à frente de Maluf, em segundo e de Marta em terceiro. Discreto, evita comemorar. Mas admite: ?Não se pode negar que é um bom ponto de partida?, disse ele, que vem se dedicando a caminhadas por ruas da periferia, reduto eleitoral de Marta.

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