Brasília – Líderes de partidos aliados e de oposição no Senado estão se articulando para modificar as regras partidárias e eleitorais em tempo de reduzir o período e os custos das campanhas já nas eleições gerais do ano que vem. "Nossa idéia é aprovar alguma coisa já nesta semana", antecipa o senador Romero Jucá (PMDB-RR), ao destacar que todos os partidos estão preocupados em reduzir os gastos na disputa de 2006.

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No embalo da crise política que envolve financiamento ilegal de candidaturas, os políticos querem cortar pela metade o período de campanha política e de horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão. Falam, ainda, em encerrar a era dos marqueteiros, proibindo os showmícios e a exibição de cenas externas nos programas eleitorais. É com este discurso que parlamentares do PT, PFL, PMDB e PSDB mobilizam-se para aprovar as mudanças até 30 de setembro, já que a lei obriga à fixação das regras pelo menos um ano antes da eleição.

A idéia é aproveitar a iniciativa do presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), que apresentou ontem, da tribuna, sua proposta para moralizar a campanha eleitoral, limitando gastos e doações. Seu projeto deve ser o ponto de partida para a proposta de consenso que começa a ser discutida hoje, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, presidida pelo pefelista Antônio Carlos Magalhães (BA). Para dar tempo aos deputados de participar do debate e aprovar as mudanças, o projeto do pefelista deverá tramitar em regime de urgência.

"Tenho conversado muito com o PFL e com o presidente (José) Sarney (PMDB-AP) e estamos muito próximos de um entendimento, pois nossas preocupações são as mesmas", anuncia o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP).

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