Senado instala CPI para investigar atuação de ONGs

O Senado instalou nesta quarta-feira (3) a CPI que irá investigar a atuação das Organizações Não-Governamentais (ONGs). O senador Raimundo Colombo (DEM-SC) foi escolhido presidente da comissão. No entanto, uma reviravolta na base do governo impediu a confirmação do senador Valter Pereira (PMDB-MS) para a relatoria cuja indicação já estava acertada. O boicote a Pereira ocorreu por influência do Planalto, que teme um peemedebista no posto sobretudo após movimento do partido na semana passada que culminou com a derrubada da medida provisória (MP) que criava a secretaria de Planejamento de Longo prazo. O movimento foi comandado por Pereira.

Outro temor dos petistas é a exposição que poderá sofrer a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), caso a relatoria não fique com um senador "mais confiável". Ideli tem sofrido acusações de envolvimento com a liberação de recursos por meio de ONGs. A tentativa do governo agora é emplacar o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) para a relatoria. A decisão sobre o futuro relator e primeiro vice-presidente da CPI deverá ser tomada na terça-feira.

Pereira admitiu ter sido surpreendido com o veto a seu nome comunicado hoje pelo líder do PMDB, Valdir Raupp (RO). "O jogo político é cheio de surpresas. Eu tive uma surpresa já que minha indicação estava acertada pela bancada", afirmou. Irritado, Pereira solicitou a Raupp uma nova reunião com os senadores peemedebistas ainda hoje.

Vingança

Questionado se considerava o veto a seu nome uma vingança pelo fato de ter comandado a votação contra o governo an semana passada, o senador respondeu: "eu não voltaria atrás. Agi de acordo com a minha consciência e meu voto foi técnico". Valter Pereira ainda avisou que se a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) chegar ao Senado nos moldes em que se encontra hoje, novamente votará contra o Planalto. "A CPMF, do jeito que está, é difícil de ser digerida. Se houver mudança que a torne palatável", afirmou.

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