Sem acordo, votações continuam obstruídas

Brasília (AG) – Continua emperrada a votação na Câmara nesta semana de esforço concentrado. Após reunião de líderes no gabinete do presidente da Câmara, João Paulo Cunha, os líderes do PFL e do PSDB disseram que não houve acordo e que continuarão obstruindo as votações. O líder do PFL, José Carlos Aleluia (BA), admite que o governo pode garantir maioria no Congresso e garantir as votações, mas afirmou que a oposição vai continuar utilizando todas as formas possíveis de obstrução.

O PFL reclama de o governo não ter desistido do projeto que cria o Conselho Federal de Jornalismo e de não permitir o funcionamento da comissão que vai analisar a medida provisória que dá status de ministro ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Aleluia fez questão de dizer que não quer a saída de Meirelles, mas quer que ele vá ao Congresso se defender das suspeitas de que teria cometido irregularidades fiscais em sua declaração de renda.

Já o líder do PSDB em exercício, Alberto Goldman (SP), disse que houve um apagão geral na Câmara e que seu partido só vai retomar as votações se o governo permitir o funcionamento da comissão que vai analisar a MP que torna ministro o presidente do Banco Central. Ele também reclamou de uma suposta falta de transparências nas votações.

Dificuldades políticas

O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), disse que as poucas votações na Casa decorrem de dificuldades políticas criadas pelo governo, e não por falta de quórum. “Existem alguns problemas políticos criados pelo governo nesta relação natural com a oposição, e que têm estimulado alguns partidos, principalmente o PSDB e o PFL, a intensificar o processo de obstrução”, afirmou. Para Cunha, a medida provisória (MP) que deu status de ministro ao presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e o projeto que cria o Conselho Federal de Jornalismo (CFJ) aumentaram a tensão no relacionamento da administração federal com a oposição.

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