Segundo Garotinho, tiro em estudante foi na universidade

Rio

– O novo secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, Anthony Garotinho, disse ontem haver 95% de possibilidade de que a estudante de Enfermagem Luciana Gonçalves de Novaes, de 19 anos, tenha sido atingida por um tiro disparado de dentro do campus da Universidade Estácio de Sá no Rio Comprido (zona norte da capital fluminense), e não do Morro do Turano, como acreditavam as autoridades. Imagens registradas pelas câmeras de vigilância da faculdade no momento do tiro mostram o que parece ser um homem armado com um fuzil na área onde Luciana foi baleada.

Além disso, um laudo técnico da polícia indica que a munição (calibre ponto 40) é usada em pistolas Taurus 100, exclusiva da PM e de integrantes do Poder Judiciário. Há suspeitas de que o autor do disparo seja um policial militar, mas o relações-públicas da PM, major Frederico Caldas, negou que houvesse homens da corporação dentro da universidade. Caldas admitiu, porém, que havia PMs em frente à instituição por causa de protesto. O relações-públicas da PM disse não ter garantia de que traficantes não possuam armas semelhantes.

Segundo especialistas, este tipo de bala não seria capaz de percorrer os 600 metros que separam a favela da universidade. Por ordem do chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, os revólveres dos seguranças particulares da Estácio de Sá passarão por uma perícia da polícia. O crime ocorreu na manhã de segunda-feira, quando a estudante de Enfermagem fazia um lanche no pátio da escola superior. Luciana foi acertada no maxilar por um projétil, que se alojou na coluna cervical. Submetida a uma cirurgia que durou quase oito horas, ela permanece no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Pró-Cardíaco.

Apesar de estável, o quadro clínico de Luciana ainda é grave. Ontem, segundo dia de pós-operatório, os médicos suspenderam os remédios que vinham mantendo a estudante em coma induzido desde que ela foi internada. O objetivo é uma melhor avaliação do nível de consciência, e a expectativa é a de que Luciana volte a si até amanhã. A estudante continua respirando com auxílio de aparelhos e corre o risco de ficar tetraplégica. Uma das irmãs de Luciana disse ontem que a aparência da universitária melhorou e que ela começou a responder a estímulos.

Ontem, Garotinho culpou trotes de alunos pelo fechamento de escolas particulares anteontem, quando 10 mil ficaram sem aula.

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