Secretário-geral da ONU lamenta morte de Niemeyer

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lamentou hoje a morte do arquiteto Oscar Niemeyer, de quem destacou o “humanismo e compromisso global” que soube impregnar em suas obras.

Mais cedo, o conselho de chanceleres do Mercosul declarou o arquiteto cidadão ilustre do bloco.

“Estou triste pela morte de Oscar Niemeyer, uma figura incrível e um dos arquitetos originais do edifício da sede das Nações Unidas em Nova York”, afirmou Ban Ki-moon em comunicado.

O secretário-geral assegurou que a carreira de Niemeyer foi “excepcionalmente longa” e disse que, além de seu “talento e energia”, o que o transformou em um grande arquiteto é ter sabido impregnar suas obras “de um profundo sentido de humanismo e compromisso global”.

“Lembro que me senti maravilhado quando visitei algumas de suas obras-primas modernistas em Brasília, inscrita no Patrimônio Mundial da Unesco”, destacou o secretário-geral.

Ban Ki-moon, que enviou suas “sinceras condolências” à família de Niemeyer e ao Governo e ao povo brasileiro, acrescentou que o desenho do quartel-general da ONU em Nova York é “um de seus legados” à humanidade.

Mercosul

O Conselho de Chanceleres do Mercosul declarou Oscar Niemeyer cidadão ilustre do bloco, numa das inúmeras homenagens do grupo hoje ao arquiteto.

A proposta de outorgar o título post mortem a Niemeyer foi da Venezuela, segundo o chanceler brasileiro Antonio Patriota. O ministro e uma delegação do Mercosul foram ao velório do arquiteto no Palácio do Planalto.

O arquiteto tem uma ligação política com o país de Hugo Chávez –ele declarava apoio ao líder bolivariano. Além disso, o projeto de Niemeyer para o Museu de Caracas é considerado uma de suas obras mais emblemáticas, embora nunca tenha saído do papel.

O museu seria em formato de pirâmide invertida e seria construído numa montanha em Caracas. Para concebê-lo, Niemeyer fez a sua única viagem à Venezuela, entre 1954 e 1955. Avesso a aviões, foi de navio até Trinidad, no Caribe, onde embarcou num iate do milionário Inocente Palácio, que lhe havia contratado. Em Caracas, trabalhou durante cerca de um mês, mas o projeto acabou engavetado.

O segundo projeto, Monumento a Bolívar, foi dado a Chávez em 2006 e deveria ser realizado dentro da cidade. Mas o presidente venezuelano, que quer construir uma homenagem ao seu maior herói em cima do Ávila, uma enorme montanha que desponta no horizonte de Caracas, o descartou. Preferia uma estátua.

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