Brasília – Diante da ameaça de esfacelamento, os principais grupos do PMDB fecharam ontem um acordo pelo qual o senador José Sarney (AP) será mesmo o candidato do partido à presidência do Senado, o que praticamente garante ao ex-presidente da República a vitória no plenário. Ficaram acertadas compensações para os dirigentes da legenda que resistiam à escolha de Sarney: o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), e os líderes do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), e no Senado, Renan Calheiros (AL).

Temer obteve de seus adversários internos o compromisso de que ficará na presidência do PMDB a salvo de manobras para tirá-lo do posto até a convenção marcada para setembro. Geddel será indicado para a vice-presidência da Câmara, deixando a liderança para o deputado Eunício Oliveira (CE). Calheiros, que pretendia disputar a indicação com Sarney, continuará como líder no Senado, na expectativa de ocupar o lugar de Temer a partir de setembro.

O objetivo do acordo, segundo o atual presidente do PMDB é “unificar e pacificar” o partido, impedindo que a legenda saia “estraçalhada” do episódio. “O PMDB rachado não interessa a ninguém.” Os termos do acordo foram negociados por Temer em duas horas de conversa com Sarney, que se tornou o favorito na disputa depois da intervenção do Palácio do Planalto. O grupo governista do PMDB aceitou arquivar as reivindicações da Carta de João Pessoa, como ficou conhecido o documento assinado na Paraíba pelos partidários de Sarney.

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