São Paulo transfere 100 chefes do PCC para deter ataque

Pelo menos 100 sintonias (chefes) da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) de vários presídios foram transferidos nos últimos dias para as Penitenciárias 1 e 2 de Presidente Venceslau, no oeste do Estado. Segundo fontes do sistema prisional, as remoções foram feitas para evitar novas séries de ataques e rebeliões – como em maio de 2006 -, em solidariedade aos 1.400 detentos da Penitenciária de Iaras. Os presos destruíram a unidade, no dia 3, por causa de maus-tratos e espancamentos, e estão ao relento.

A guarda da Penitenciária de Iaras é feita por pelo menos 40 policiais militares armados de fuzis, metralhadoras, rifles, pistolas e revólveres. A assessoria de Comunicação da Polícia Militar afirmou que a vigilância na unidade feita pelos homens da corporação vem “transcorrendo tranqüilamente, dentro da normalidade”. Mas não é o que dizem agentes penitenciários nem os policiais militares que lá se encontram.

Assim como os funcionários do presídio, PMs também reclamam da falta de segurança. Os presos praticamente destruíram a unidade. Até ontem, os 1.400 detentos estavam ao relento. Eles foram distribuídos em dois grupos: 700 ficaram amontoados num pátio e o restante em outro. O receio dos policiais é de que os prisioneiros tentem uma fuga em massa. “Se isso acontecer, será necessário usar as armas e poderá ocorrer uma carnificina”, afirmou um policial militar.

Em meados de 2007, um grupo de presos foi espancado na Penitenciária de Iaras e na Penitenciária 2 de Avaré. Os detentos agredidos foram fotografados. Os presos de Iaras ameaçaram se rebelar se os responsáveis pelas agressões não fossem punidos. No dia 3, eles cumpriram a promessa e destruíram a cadeia. Os rebelados só pouparam a enfermaria, a cozinha e a padaria da unidade. As demais dependências do presídio foram praticamente destruídas.

Ao saberem da situação, os sintonias do PCC de outros presídios procuraram os diretores de suas unidades para reclamar da situação dos detentos de Iaras e foram removidos. Eles saíram de Pacaembu, Junqueirópolis, Paraguaçu Paulista, Ribeirão Preto, Franco da Rocha e do CDP 2 do Belém. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.