RS faz “chuva de pinhões” para preservar araucária

Em uma tentativa de recuperar florestas de araucária, árvore típica do Sul, sementes da planta foram despejadas por avião ontem em campos do interior gaúcho.

A operação, batizada de “chuva de pinhões”, foi realizada pela Secretaria do Ambiente do Estado em Campinas do Sul (399 km de Porto Alegre).

Cerca de 220 mil sementes da espécie foram carregadas em um pequeno avião que sobrevoou duas ilhas de uma hidrelétrica da região. A área para o cultivo foi cedida pela empresa responsável pela usina, a Tractebel.

Segundo a secretaria, a expectativa é que até 20% dos pinhões se desenvolvam. “Vingando 500 mudas por hectares, atingimos nossos objetivos”, disse Roberto Ferron, diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas.

Ele diz que o despejo de sementes por avião pode ser mais eficiente e menos trabalhoso do que o plantio manual. O objetivo é lançar 10 milhões de sementes em dois anos.

Alunos e professores da Universidade Federal de Santa Maria (RS) vão acompanhar o crescimento das árvores.

Afetada pela expansão das lavouras no Sul e pela extração por madeireiros, a araucária ou pinheiro está na “lista de espécies de flora ameaçadas de extinção” do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

A árvore pode alcançar até 50 metros de altura e se desenvolve principalmente em regiões com mais de 600 metros de altitude.