O Ministério Público do Rio Grande do Sul deflagrou nesta terça-feira, 16, a primeira fase de uma operação de combate à fraude na produção de queijo no Estado. Durante a ação foram presas três pessoas relacionadas à empresa Lacticínios Progresso, com sede nas cidades de Três de Maio (norte do Estado) e Ivoti (na região metropolitana de Porto Alegre).
As investigações da operação, batizada de Queijo Compen$ado, apontaram que um grupo fabricava queijo com leite de má qualidade, rejeitado pela indústria. Além disso, era adicionado amido de milho, que serve para mascarar a colocação de menos leite do que o exigido pelas normas.
De acordo com o MP, a produção do queijo adulterado era feita no município de Três de Maio. Depois, aos sábados de madrugada, os donos da empresa transportavam a mercadoria por mais de 450 quilômetros, até Ivoti, onde os queijos eram fatiados e distribuídos pelo Estado. O MP estima que o produto fraudado tenha sido vendido a 72 estabelecimentos no Rio Grande do Sul.
Hoje foram presos o proprietário da Lacticínios Progresso, Volnei Fritsch, o filho dele e contador, Pedro Fritsch, e um sócio, Eduardo André Ribeiro. Além disso, responderão em liberdade o motorista Arnildo Roesler, o secretário de Agricultura de Três de Maio, Valdir Ortiz, e um fiscal municipal de Estância Velha, Roberto Nardi. O MP pediu o afastamento das funções dos dois agentes públicos, que teriam acobertado as atividades criminais.
Ainda há suspeita de que a Lacticínios Progresso estivesse sonegando impostos, já que, segundo as investigações, a empresa tem lucro mensal de R$ 1 milhão, mas declara apenas R$ 50 mil. Desde 2012, o Ministério Público gaúcho também combate fraudes na indústria do leite no Rio Grande do Sul.