O Rio Itajaí-Açu, o mais importante do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, voltou ao seu nível normal de cerca de 4 metros neste sábado, 29, uma semana depois de subir mais de 7,5 metros e alagar milhares de casas e deixar cerca de 78 mil desabrigados no Estado.

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Segundo a Defesa Civil do Estado, as águas baixaram totalmente em todas as localidades, mas a vazão nos municípios que ficam na faixa litorânea de Santa Catarina foi mais lenta.

A maré alta dificulta o escoamento da chuva pelos rios ao mar em áreas como Itajaí e São Francisco do Sul, segundo a Defesa civil. “Em consequência, o solo, que já está encharcado, leva mais tempo para absorver a água restante, explica o subtenente da Defesa Civil do Estado, Edson Baú da Silva.

Com o volume de chuvas, que chegou a 304 mm, diminuindo, o que resta agora são toneladas de lama, móveis destruídos nas calçadas e um acúmulo de lixo, que se espalham pelas cidades atingidas.

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Em Itajaí, o prefeito Volnei Morastoni ficou chocado ao percorrer as ruas da cidade. “O cenário é semelhante a um estado de guerra. Lama nas ruas e acúmulo de lixo em cercas, terrenos baldios e a marca da sujeira das águas nos muros e casas. Estamos trabalhando em três frentes de limpeza para retirar todo esse lixo”.

Segundo Morastoni, a prefeitura pretende recolher todo o lixo comum espalhado pelas ruas até a próxima segunda-feira, dia 1. Para a limpeza dos entulhos formados pelas enchentes e todo o material atingido e descartado pela população, serão necessários cerca de 11 mil viagens de caminhões, o que vai demorar vários dias, segundo o prefeito. A terceira frente de trabalho está incumbida de retirar os corpos de animais da população, que estão espalhados pela cidade.

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“O rio já baixou 100%, a energia elétrica e o fornecimento de água também está normalizado e agora o trabalho é o de atender as cerca de 1.500 famílias que ainda estão desabrigadas, que perderam tudo”, completa. Estimativas da prefeitura relatam que 90% da população já conseguiu voltar para suas casas.

“Ainda não temos um número total de pessoas que perderam tudo”, explica o prefeito. “A maioria dessas pessoas morava em áreas de risco, como nas áreas ribeirinhas, e ainda não temos uma solução para esses moradores, pois eles não poderão retornar para suas casas”.

Uma boa notícia para a população da cidade é a inauguração de um dos berços do Porto de Itajaí, que emprega cerca de 15% dos moradores do município, no próximo dia 15, segundo o prefeito. “As obras já estavam em construção e esperamos que o Porto volte a funcionar daqui duas semanas”, estima Morastoni.