Caos e violência

Rio de Janeiro sob tensão após operação policial mais letal da história

Caos e violência no Rio de Janeiro. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

A cidade do Rio de Janeiro viveu um dia de intenso caos e violência nesta terça-feira (28), com a realização da operação policial mais letal da história da cidade contra a facção criminosa Comando Vermelho. A megaoperação, coordenada pelas Polícias Civil e Militar do estado, resultou na morte de centenas de pessoas. No meio da manhã desta quarta, a Defensoria Pública do RJ atualizou o número de mortos de 64 para 132 pessoas, entre suspeitos e policiais, e na prisão de 81 pessoas.

Os contra-ataques incluíram o uso de drones para lançamento de bombas contra os policiais. Os criminosos bloquearam 35 ruas com barricadas feitas de ônibus, latões de lixo e materiais em chamas, afetando principalmente os complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte.

Com a imposição dos bloqueios, o transporte público sofreu forte impacto, com mais de 200 linhas de ônibus com itinerários interrompidos e 71 veículos usados ​​como barricadas. A circulação nos demais modais, como VLT, BRT, metrô, trens e barcas, voltou à normalidade apenas na manhã desta quarta, com reforço operacional para atender à superlotação causada pelo retorno antecipado da população às suas casas.

Durante a madrugada, as ruas foram liberadas gradualmente, com a última via desbloqueada às 2h45, na Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, que conecta as zonas Norte e Oeste.

Cenas chocantes marcaram a operação, com moradores removendo pelo menos 55 corpos para uma praça na Penha, que aparentemente não constam dos balanços oficiais divulgados pelo governo. A população local vive um clima de terror diante do aumento da violência, com escolas suspensas, comércio parcial fechado e relatos de ataques intensos.

O governo do estado anunciou um aumento na recompensa oferecida para informações sobre os líderes do tráfico no Complexo do Alemão.

Apesar do cenário tenso vívido na terça, o Centro de Operações e Resiliência (COR) da prefeitura informou na manhã desta quarta-feira (29) que a cidade retomou o Estágio 1, o menor nível de alerta, diminuindo a ausência de ocorrências de grande impacto. A normalidade na mobilidade urbana voltou a imperar, embora a tensão permaneça na memória e na rotina dos moradores afetados pela ação e retaliação dos grupos criminosos.

Esses acontecimentos revelam um momento crítico para a segurança pública na capital fluminense, especialmente nas áreas dominadas pelo Comando Vermelho, onde o confronto entre forças policiais e criminosos tem escalado para níveis inéditos de violência e complexidade.

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