Reunião unifica discurso sobre Alca

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou ontem ministros e assessores para unificarem o discurso do governo brasileiro com relação à Área de Livre Comércio das Américas (Alca). De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o Brasil deverá defender negociações bilaterais – do tipo quatro mais um – entre o Mercosul e os Estados Unidos no que diz respeito ao acesso a mercados.

Segundo ele, essas negociações, no entanto, não são incompatíveis com as negociações da Alca . Ele informou que há “a decisão de explorar esse caminho” porque o Brasil precisa buscar um formato de negociação que convenha aos seus interesses.

Amorim disse ainda que a reunião não fixou posturas em detalhes, mas levantou temas sensíveis para o País, que têm a ver com o modelo de desenvolvimento. O governo brasileiro também reafirma a importância do Mercosul nas negociações bilaterais e da Alca. O ministro informou que temas em que não há acordo nas negociações da Alca poderão ser levados a negociação multilateral da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Entre esses temas, estariam subsídios agrícolas por parte dos EUA, por exemplo, e questões relativas a regulamentação de investimentos do lado brasileiro. O objetivo da negociação “quatro mais um” seria evitar, segundo o ministro, que temas que são sensíveis de um lado ou de outro sejam empecilhos para a negociação de acesso a mercados.

A reunião de ontem tentou evitar ambiguidades por parte de integrantes do governo durante os encontros com Robert Zoellick, representante dos EUA em negociações comerciais, que chega hoje ao Brasil. “A nós interessa remover barreiras aos nosso produtos”, afirmou Amorim, acrescentando que a bilateralização das negociações já ocorreu por parte dos EUA, junto a grupos de países diferentes que também negociam a Alca, ao fazer ofertas diferenciadas para acesso a mercados.

Além de Amorim, participaram da reunião o vice-presidente José Alencar, os ministros Antônio Palocci (Fazenda), Guido Mantega (Planejamento), Roberto Rodrigues (Agricultura), Marina Silva (Meio Ambiente), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia), Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica), entre outros assessores.

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