Preocupado com a exposição pública e orientado a se manter discreto até o julgamento no plenário na próxima quarta-feira do processo sobre quebra de decoro parlamentar, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não compareceu à cerimônia de 7 de Setembro, em Brasília. O temor de Renan era de que sua presença desencadeasse vaias prolongadas. Segundo parlamentares próximos ao senador, Renan teria viajado para Alagoas a fim de preparar seu discurso de defesa.
Não foi apenas Renan que faltou à festa. Apenas 16 dos 36 ministros acompanharam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Parada Militar. Mas a ausência mais notada no palanque oficial foi mesmo a do presidente do Senado. Indagado se sentiu a falta de Renan na solenidade, o ministro da Justiça, Tarso Genro, não hesitou: "Por que sentir falta? Não veio porque não quis, obviamente".
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse acreditar que Renan não tenha participado das comemorações pelas "circunstâncias" políticas que enfrenta. "Ele deve ter decidido não vir pelas circunstâncias", afirmou o deputado. Na próxima quarta-feira, o Senado se reúne em sessão secreta para votar o projeto de resolução que recomenda a cassação do mandato de Renan.