Renan Calheiros fecha com Planalto renúncia à presidência

Com a participação ativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o Palácio do Planalto fechou na quarta-feira um acordo para criar o que considera ser o clima político ideal para salvar o mandato do aliado e ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e, ao mesmo tempo, aprovar a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. Pelo acordo, Renan considera ?fato consumado? a renúncia à presidência do Senado, o PMDB dá o maior número possível de votos para salvar o mandato do ex-presidente do Senado e ajudar na prorrogação da CPMF, e a bancada do PT, com 12 senadores, aproveita que o voto é secreto para também descarregar a maioria dos votos a favor de Renan.

O acordo foi fechado em uma reunião realizada no fim da tarde de quarta-feira, no Planalto – precedida de várias reuniões do próprio Renan com o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), que tem sido o elo principal da negociação com Lula e assessores presidenciais. Participaram diretamente das articulações, além de Viana e do próprio Lula, o ministro Walfrido Mares Guia (Relações Institucionais) e o senador Edison Lobão (PMDB-MA).

Renan espera obter o voto da maioria dos senadores por avaliar que a acusação de ter sociedade fantasma com o usineiro João Lyra em duas emissoras de rádio e um jornal de Alagoas é uma ameaça a outros colegas – muitos são donos de veículos de comunicação em associações com prepostos, laranjas e afins. Na avaliação do Planalto e de Renan, ?já está de bom tamanho o nível de solidariedade? para sua absolvição. Na outra ponta, porém, o governo demonstra empenho especial na salvação do senador alagoano porque ?o nível de solidariedade em cima da CPMF não é bom?. Um assessor de Lula definiu assim a situação para a votação da contribuição: ?Não podemos arriscar nada, mas nada mesmo.?

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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