Brasília – O relator na Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prorroga por mais quatro anos a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), deputado Antonio Palocci (PT-SP), anunciou que incluirá apena uma modificação no substitutivo de cerca de 50 páginas sobre o assunto. O texto que pede a prorrogação do imposto vai incluir que caso haja modificações futuras na lei com possíveis reduções da alíquota, que a diminuição não se dê no percentual repassado ao setor da saúde.

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?A única modificação foi de redação onde coloquei que, se forem feitos modificações, precisam ser feitos na lei e preservado o percentual que é destinado à saúde?, disse o deputado. Atualmente, a CPMF prevê taxação de 0,38% nas movimentações bancárias – 0,20% é repassado para saúde, 0,10% para previdência social e 0,08% para erradicação da pobreza. Com a proposta de Palocci, uma possível redução na contribuição acarretaria menores repasses para previdência e erradicação da pobreza, mas não para a saúde.

Mais cedo, Palocci informou que no seu relatório recomendará a manutenção do imposto. Segundo ele, o Brasil não pode extinguir a contribuição de forma abrupta, sob pena de comprometer o equilíbrio das contas públicas.

?Se o país chegar à conclusão de que a CPMF é um imposto que não deve se tornar permanente, ele não pode ser extinto de uma hora para outra. Se abrir mão de R$ 40 bilhões de receita, o Brasil vai experimentar uma mudança no quadro macroeconômico para pior?, alertou Palocci, que foi ex-ministro da Fazenda no primeiro governo do presidente Lula.

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Palocci admitiu, no entanto, que a redução gradual da alíquota – hoje de 0,38% – é uma hipótese que está sendo debatida, e garantiu que não irá rechaçá-la. ?Só depois que receber todas as emendas vamos poder ter um relatório definitivo?, disse.

O deputado reconheceu que o imposto poderia ser mais eficiente se a alíquota fosse mais baixa do que a atual. Segundo ele, a CPMF é uma boa contribuição e não deve ser elevada, sob pena de ter efeitos negativos na economia, principalmente no crédito.

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?Temos sempre que preservar uma contribuição como esta com alíquotas baixas, acredito que até mesmo mais baixas do que a que temos hoje, ao longo do tempo. Vamos ver se isso vai ser analisado neste momento?, disse.

Apesar de defender a redução da carga tributária e acreditar que a arrecadação positiva do país abre espaço para a redução de impostos, Palocci afirmou que há outros meios de favorecer o contribuinte. E citou a desoneração da folha de pagamento, que segundo ele "teria um impacto mais interessante" na economia brasileira do que a redução da CPMF.

Desde que foi criada, em 1996, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) arrecadou R$ 203 bilhões.