Relatório da Polícia Federal aponta vice do PDT no caso BNDES

O relatório da Operação Santa Tereza, deflagrada contra suposto esquema de desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aponta mais dois nomes de políticos ligados ao PDT – José Gaspar Ferraz de Campos vice-presidente estadual do partido, e Farid Madi, prefeito do Guarujá. Grampos da Polícia Federal, que compõem o inquérito BNDES, indicam que Gaspar teria sido beneficiário da divisão de dinheiro de contratos fraudulentos. Em duas conversas distintas, 4 das 11 pessoas que tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça mencionam ?a parte do Gaspar?.

No dia 23 de janeiro, o foragido Manuel Fernandes de Barros Filho, o Maneco, dono da construtora Fernandes & Bastos e sócio do prostíbulo W.E., fala com o empresário Boris Bitelman Timoner sobre o empréstimo de R$ 126 milhões aprovado no BNDES para a Prefeitura de Praia Grande. Na partilha inicial do dinheiro no grupo, R$ 1 milhão, segundo os policiais depreenderam da conversa, seria para o ?custo político? do esquema – o prefeito Alberto Mourão (PSDB) e ?alguém do BNDES?. ?De dois milhões e seiscentos, um milhão e trezentos seriam divididos por (Marcos Vieira) Mantovani, entre ele próprio, ?Paulinho? (possivelmente o deputado Paulo Pereira da Silva, segundo a PF), Ricardo Tosto e ?José Gaspar??, registra o relatório.

Outro pedetista, o prefeito do Guarujá, Farid Madi, também é citado em outra escuta. Issam Osman, filho de uma prima do prefeito, é apontado como ?assessor informal? por obter ?concessão de obras da prefeitura, obviamente sem licitação?. A PF pediu buscas no Guarujá e afirmou que ?serão instaurados inquéritos próprios, observando-se a prerrogativa de foro? contra os prefeitos do Guarujá e de Praia Grande. Procurado no PDT, Gaspar não foi encontrado. Em nota, a Prefeitura do Guarujá disse que ?não mantém vínculo nem relação comercial com essa pessoa (Osman)?.

Paulinho, Tosto e Mourão têm negado participação no esquema. Mantovani e Timoner preferiram não se manifestar. A defesa de Issa Filho, que acompanhava seu depoimento na PF, não pode atender à reportagem. Osman não foi localizado.

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