Reformas estão a caminho do Congresso, diz Lula

São Paulo

– O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ontem antecipar em cerca de dois meses o envio das propostas do governo para as reformas da Previdência e tributária ao Congresso Nacional. Segundo Lula, a reforma da Previdência deve ser encaminhada antes de maio e a tributária antes de junho.

As declarações foram dadas em visita à Brasilplast, 9.ª Feira Internacional do Plástico, que acontece no Anhembi. “Não tinha barba branca e já ouvia que era necessário fazer reforma na Previdência Social. Assumi o compromisso de encaminhar essa reforma ainda no primeiro semestre e, com a ajuda dos 27 governadores e prefeitos das capitais, vamos antes de maio enviar para o Congresso a proposta”, afirmou. “Não vou precisar esperar até julho (para a reforma tributária). Muito antes de junho vamos mandar o projeto para o Congresso Nacional.”

Lula ouviu reivindicações do setor empresarial, como redução da taxa de juros e investimento em políticas de incentivo à produção, e disse que está tomando as medidas necessárias para colocar o País na rota do crescimento econômico. Ele se referia a uma maior rapidez para apresentação das propostas de reforma. O presidente também deu um recado aos empresários que, nas reformas, alguns setores irão perder, mas que o governo não dará ouvidos a reclamações. Segundo ele, não há espaço para choradeira e mau agouro, só para trabalho de consciência política e empresarial para melhorar o País. Ele atribuiu aos ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Roberto Rodrigues (Agricultura) a missão de fazer o Brasil exportar mais para gerar um superávit necessário para livrar o País do capital externo. “Se eles [os dois ministros] não fizerem isso, acho que ninguém mais fará”, afirmou.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Plástico (Abiplast), Merheg Cachum, cobrou de Lula uma política de juros mais civilizada, além da racionalização dos impostos. “Queremos a mudança do cálculo da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para sermos mais competitivos e financiar a produção e a expansão das nossas empresas. Em países como o Japão, esses juros chegam a 3% ao ano”, afirmou. O líder empresarial pediu também ao presidente, que aprecie um programa do setor voltado para a expansão das exportações, que visa reverter o atual déficit comercial de US$ 377 milhões, para um superávit de US$ 1 bilhão, em um período de quatro anos. Cobrou ainda maior acesso e facilitação de linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para micros e pequenas empresas, além de requisitar a retomada do programa de refinanciamento fiscal (Refis) pelo governo federal.

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