Brasília

– Com o início dos ataques ao Iraque, o governo brasileiro determinou “intenso controle e vigilância” nos 65 aeroportos do País nos locais onde há chegada de vôos internacionais. Em nota oficial, o presidente da Infraero, Carlos Wilson, informa que as medidas foram tomadas “em razão do estado de guerra” e adverte à população de que os cuidados poderão “causar transtornos e inconveniência” aos passageiros.

A região de Foz do Iguaçu, na chamada “tríplice fronteira” (Brasil, Argentina e Paraguai), que concentra uma grande população de origem árabe, também teve sua segurança reforçada. O ministro da Defesa, José Viegas, esclareceu que o governo está redobrando as atenções “nos pontos estratégicos” do território brasileiro, incluindo aí não só aeroportos, como portos e fronteiras. Segundo ele, as medidas são preventivas.

Embora o Brasil, “não seja vulnerável, em momentos especiais é preciso redobrar os cuidados”, disse Viegas. No caso de Foz do Iguaçu, há uma operação especial de defesa aérea para ser acionada em caso de emergência. Em outras fronteiras do País, como a da Amazônia, onde o governo tem uma preocupação especial, as tropas militares estão em alerta – mas não de prontidão – podendo, no entanto, ser acionada, de imediato.

Dentro desta mesma filosofia, o Comando da Aeronáutica reduziu o tempo de resposta da defesa aérea do País. A regra vale tanto para os caças F-5 da Força Aérea, sediados no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, quanto para os Mirage, que ficam em Anápolis (GO). Ao invés de decolar para sair em busca de algum suposto alvo em 20 minutos, tempo de praxe, os caças estarão voando em cinco minutos. No caso da Amazônia, também há aviões em alerta na região. Nas avaliações feitas ontem na área militar, uma das preocupações com a guerra é a possibilidade de os Estados Unidos decidirem entrar em Bagdá para um ataque maciço. A concretização de um cerco a Bagdá, uma cidade com cinco milhões de habitantes, seria uma experiência inédita e de conseqüências imprevisíveis, com a única certeza de que muitos civis seriam mortos. Um cenário desse tipo, na avaliação de militares, poderia provocar perda de apoio popular para a guerra entre os norte-americanos.

As medidas de reforço de portos aeroportos e fronteiras foram tomadas ao longo do dia, com objetivo de oferecer a maior segurança aos passageiros. Dos 65 aeroportos brasileiros, os que receberam maior reforço foram os de Guarulhos (SP), Galeão (RJ), Salgado Filho (Porto Alegre) e Recife (PE), onde operam vôos internacionais de passageiros.

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