A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) vai realizar eleição conjunta para definir grêmios estudantis em todas as escolas estaduais neste ano. O anúncio foi feito pelo secretário da Educação, José Renato Nalini, nesta segunda-feira, 15, dia da volta às aulas no Estado. De acordo com o secretário, que assumiu a pasta após a crise provocada pela proposta de reorganização da rede de ensino, que previa o fechamento de 93 escolas e a transformação de 754 unidades em ciclos únicos, as agremiações vão servir para aproximar os alunos do ambiente escolar.

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“Como esse é o ano do diálogo, da voz e da vez do aluno, nós vamos fazer uma eleição conjunta para todos os grêmios estudantis. Se possível, com urna eletrônica, porque os alunos devem se familiarizar com o processo eleitoral”, afirmou Nalini em coletiva em uma escola da zona sul da capital, na manhã desta segunda-feira.

A eleição terá voto direto e secreto e será realizada até nas unidades em que já existe grêmio em atividade.

Segundo números da pasta, das 5 mil escolas estaduais, cerca de 30% (1,5 mil) não possuem agremiações. O grêmio eleito terá mandato de um ano e deverá ser composto apenas por alunos matriculados na unidade. Os cargos deverão ser escolhidos pelos membros da chapa.

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“O grêmio tem de ser parceiro da diretoria, atuar na gestão da administração da escola e influenciar até a aplicação da verba destinada à escola, elegendo prioridades”, disse Nalini.

Os alunos poderão elaborar propostas, sugerir atividades e participar da organização do calendário escolar. “O aluno, entendendo como é que o Estado está enfrentando essa situação de crise, será um parceiro. Ele nos ajudará a aplicar melhor o dinheiro do povo”, afirmou o secretário.

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Corte

Nalini também afirmou que a Secretaria da Educação vai renegociar contratos de custeio para economizar até R$ 1,5 bilhão neste ano. “Temos de economizar em material, em limpeza, em reforma”, disse o secretário. “Se houve uma época de bonança, em que todas as empresas parceiras da secretaria puderam fazer seus reajustes de acordo com suas pretensões e a secretaria honrou os seus contratos, agora é a vez de a secretaria mostrar que a situação do Brasil é terrível, é dramática, é trágica.”

“Nós vamos conversar com os fornecedores e verificar se podemos fazer mais com menos e se vai haver um período em que os nossos contratos poderão continuar a funcionar com a mesma qualidade, sem reajuste ou até com redução de preço”, disse. Ainda segundo Nalini, o corte pode ser menor caso a arrecadação do Estado aumente.

Em janeiro, Alckmin já havia publicado um decreto em que determina que os órgãos das administrações direta e indireta renegociem todos os contratos com custo maior do que R$ 750 mil e congela a contratação de imóveis novos para abrigar prédios públicos e veículos para deslocamento de funcionários. No decreto, o governo estabelece um corte mínimo, de 15%, no valor desses contratos.