Recapeamento da malha viária de São Paulo está parado

O programa de recapeamento da malha viária de São Paulo ainda não começou em 2009. Nos primeiros sete meses deste ano, a Prefeitura recapeou apenas 14,05 quilômetros, o equivalente a 0,1% dos 15 mil quilômetros de vias da capital e menos do que os 24 quilômetros de extensão da Marginal do Tietê. Entre 2005 e 2008, foram recapeados, em média, 222 quilômetros ao ano, segundo dados da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras. Especialistas afirmam que um dos efeitos da falta de recapeamento é o surgimento dos buracos nas vias, comprometendo a segurança de motoristas e pedestres. A secretaria estima que a cidade ganha cerca de mil buracos por dia.

Ainda segundo informações da pasta, quando mantida a média de 222 quilômetros recapeados por ano, aproximadamente 65 mil buracos deixam de surgir nas vias da cidade no mesmo período, o que representa uma economia de R$ 4,6 milhões com o serviço de tapa-buracos. “Temos uma malha viária desgastada. Tapar buracos é uma ação emergencial e não resolve o problema do viário. Não há preocupação da Prefeitura com a durabilidade e a qualidade do serviço”, diz o engenheiro e especialista em pavimentação João Virgilio Merighi, presidente da Associação Nacional de Infraestrutura de Transportes.

O secretário Andrea Matarazzo afirma que o início do recapeamento depende de quanto do Orçamento de 2009 será destinado ao serviço. “Devemos nos planejar de acordo com a perspectiva de arrecadação. Temos que fazer, mas quando tivermos dinheiro.” Em entrevista ao Jornal da Tarde em fevereiro, o secretário afirmou que o programa havia sido congelado devido à crise financeira, que, segundo ele, “causou o contingenciamento de parte do Orçamento no início do ano”. Ontem, Matarazzo não soube informar os recursos que serão destinados para a recuperação da malha viária em 2009: “Ainda não tenho uma expectativa de quanto será empregado.” Mesmo sem definição da verba, o secretário prevê que o serviço seja retomado em outubro.

De janeiro a julho deste ano, a Prefeitura reduziu em quase um quarto o gasto com a conservação de vias em relação a 2008. Somadas as verbas das subprefeituras e da secretaria, foram R$ 14,7 milhões a menos. Das 31 regionais, 14 fecharam a torneira. A verba paga serviços de recapeamento, conservação de guias, postes e canteiros e recuperação de guias e sarjetas. Os números levam em conta os valores liquidados, fase anterior ao pagamento. A pasta não forneceu a verba gasta neste ano e em 2008 somente com o recapeamento.