Rebelados em Rondônia matam oito detentos

Porto Velho – A rebelião de presos que começou sexta-feira na Penitenciária Urso Branco, em Rondônia, está fora do controle das autoridades. Os amotinados já mataram cinco presos na segunda-feira -um deles foi decapitado e outro esquartejado no alto do telhado da prisão. Segundo um delegado, o preso teve os braços e as pernas exibidos pelos assassinos.

Desde sexta-feira já são oito os mortos no presídio. Na manhã de ontem, um grupo de familiares de presos tentou linchar o procurador-geral de Justiça do estado, José Carlos Vitach, que só escapou da morte porque policiais militares chegaram a tempo. “A situação está feia, gravíssima. Está fora de controle lá dentro”, afirmou o secretário-adjunto de Segurança Pública, Renato de Souza. Segundo o secretário, a polícia sequer pode entrar no presídio para conter a rebelião.

Os presos reivindicam a substituição da direção do presídio, permissão para uso de telefone celular, afrouxamento das regras para visitas e a liberação de presos que já teriam cumprido integralmente suas penas. A penitenciária tem cerca de 1.400 presos e há pelo menos 170 reféns dentro do presídio. Em 2001, 27 presos morreram em uma rebelião no presídio.

A Secretaria de Segurança Pública de Rondônia confirma a morte de pelo menos seis pessoas por rivais e admite que o número pode ser maior. O preso identificado como Izaque Monteiro do Espírito Santo foi a primeira vítima desta segunda-feira. Ele foi decapitado e teve a cabeça exibida do alto da caixa d?água. A segunda morte ocorreu no final da manhã. O detento, que ainda não teve o nome confirmado, foi esquartejado. A terceira morte ocorreu no início da tarde. O corpo também foi jogado do alto da caixa d?água.

O tumulto começou na sexta-feira, quando dois detentos foram assassinados por rivais. As vítimas, identificadas como Jailson Quintino de Lima, o Tico-tico, e Israel Márcio Soares, cumpriam pena em celas separadas. Na tarde de domingo, Luciano Teotônio dos Santos, o Pezão, também foi assassinado.

A penitenciária tem capacidade para cerca de 350 presos, mas abriga cerca de mil, atualmente. A polícia alega que foi descoberto um esquema envolvendo prostitutas, que seriam contratadas pelos presos para levarem drogas para dentro da cadeia, em dia de visita. As prostitutas fingem ser mulheres dos detentos. No final de semana anterior, três mulheres – que seriam prostitutas – foram flagradas com droga escondida na vagina.

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