Um rapaz de 21 anos foi acorrentado a um sofá em sua própria casa no Guarujá, na Baixada Santista. Viciado em crack e álcool, Pablo Junior dos Santos Pereira afirmou ter consentido que sua mãe o acorrentasse para ele não sair à procura de drogas.
A Polícia Militar chegou à residência de Pablo, no bairro Santa Cruz dos Navegantes, na terça-feira à noite, depois de receber uma denúncia anônima. Segundo o Boletim de Ocorrência (BO) registrado na Delegacia Sede do Guarujá, os policiais o encontraram sentado “em um sofá, tranquilamente, assistindo à televisão e com uma corrente na perna direita. Como não era grossa e pelo seu comprimento, permitia trânsito em todo o domicílio”.
Pai do jovem, o pescador Francisco Justo Pereira, de 50 anos, disse à polícia que iria procurar o Poder Judiciário para internar seu filho, e que o jovem não foi maltratado ou privado de alimentação adequada em nenhum momento.
Pai e filho seguiram à delegacia ontem, onde foi registrado BO de “Exercício arbitrário das próprias razões”, artigo 345 do Código Penal, cuja pena prevista é de “detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência”.
Entretanto, como o parágrafo único da lei diz “Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa”, a vítima foi apenas orientada quanto ao prazo para entrar com representação contra os pais, a corrente foi apreendida e pai e filho foram dispensados.