PT quer mudar modelo de concessões de rádio e TV

A cúpula do PT cobrará do governo a mudança do modelo de concessões de rádio e TV, com o argumento de que o sistema precisa ser ?mais democrático?. Em reunião da Executiva Nacional a primeira após o retorno de seus dirigentes de viagem à China, o PT decidiu ontem insistir na agenda batizada pela oposição de ?chavista?: pedirá ao Ministério das Comunicações que reveja critérios de concessão para torná-los mais transparentes e menos políticos.

A volta ao tema não é aleatória. Há manifestações previstas para o dia 5 de outubro por várias entidades, que questionarão concentração de poder do atual modelo e até o conteúdo das programações. Nesse dia também vencem licenças de cinco afiliadas da Globo, Bandeirantes, Gazeta e Cultura.

?Achamos a lei das concessões extremamente liberal. Aliás, ela não é cumprida porque a maioria das emissoras é controlada por políticos?, afirmou o secretário de Comunicação do PT, Gleber Naime. ?O problema é que esse sistema está concentrado nas mãos de poucos.? Apesar das cobranças, os petistas dizem não ver semelhança com a atitude do presidente da Venezuela, Hugo Chávez que em maio cassou a concessão da RCTV. ?Esse governo não tem coragem de fazer isso, nem pensa numa coisa dessas?, comentou o deputado Jilmar Tatto (PT-SP). Para ele, a oposição vê ?fantasmas? onde não existem. Lembrou, ainda, que agências reguladoras têm contratos públicos.

Questionado se a atitude de apoiar manifestações contra a renovação automática das outorgas de TVs não prejudicaria o Planalto, Tatto respondeu com um sorriso. ?Que nada! O nosso governo é cristão: apanha, apanha, apanha e dá a outra face.

Na tentativa de mexer nesse vespeiro, o PT também decidiu encaminhar pedido de audiência a Hélio Costa (Comunicações), Franklin Martins (Comunicação Social) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral). ?Queremos debater a política de concessões dos canais de TV, o modelo de TV pública e marcar conferência nacional de comunicações?, adiantou Naime.

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