PT já se preocupa com a transição de governo

Brasília (AG) – Animado com o resultado do encontro desta semana com o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, o deputado Aloizio Mercadante (PT-SP) quer agora a criação de uma equipe de transição, que acompanhe as atividades dos principais ministérios do governo. Mercadante disse que os dois candidatos que forem para o segundo turno deveriam indicar assessores de confiança para formar essa equipe de transição. Eleito o novo presidente, a equipe do vencedor seria reforçada para acompanhar as ações das áreas-chave do governo.

O deoutado Aloízio Mercadante, cotado para assumir um ministério em um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva, também elogiou o fato de o Palácio do Planalto estar preparando um documento ? a chamada ?Agenda 100?? com os compromissos que dependerão de decisões do presidente eleito nos seus primeiros cem dias de governo. ?Acho positiva essa Agenda 100, porque mostra transparência e é uma espécie de pauta do atual governo. Mas isso não quer dizer que não faremos modificações nessa agenda. Mas isso é insuficiente para garantir uma boa transição. É preciso regras de transição, que os assessores dos candidatos acompanhem as áreas-chave?, disse. Um dos responsáveis pelo programa econômico do candidato petista à Presidência da República, Mercadante disse que os assessores dos dois candidatos mais votados ? e depois do eleito ? ocupariam uma espécie de cargo de confiança para poder trabalhar. Há poucos dias, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o próprio Armínio Fraga sugeriram que houvesse um mecanismo desse tipo na área econômica, para evitar uma ruptura brusca na condução da política econômica. Para Mercadante, essas regras de transição deveriam estar explicitadas numa lei ou mesmo num ato do presidente da República. Mas o presidente Fernando Henrique Cardoso já assinou no início de julho decreto criando o Processo de Transição de Governo, estabelecendo regras para a passagem do atual para o próximo governo. O ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, foi o escolhido para conduzir esse processo de transição. ?Parente é um técnico competente?, se limitou a dizer Mercadante.
O deputado acredita que um bom diálogo com a oposição deveria ocorrer sempre e não apenas num momento de transição. ?Faltou esse diálogo nos oito anos do governo Fernando Henrique. Havia uma arrogância do governo. Para mim, essas regras de transição não deveriam servir apenas para esta eleição, mas para as futuras?, disse Mercadante. Dentro do Programa de Transição do Governo, o Palácio do Planalto determinou que os ministros entreguem até dia 30 de setembro um balanço das ações e dos contratos, inclusive internacionais, que dependerão de decisões do futuro residente.

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