PT enfrenta rebelião contra mínimo de R$ 260

Brasília – O chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, Aldo Rebelo, disse ontem que não há espaço para reajustar o valor do salário mínimo, fixado pelo governo em 260 reais. “Não há espaço para negociar o salário mínimo”, afirmou.

“O limite o presidente estabeleceu, ao editar a medida provisória (MP)”, disse Rebelo. Ele afirmou ainda que o governo defenderá a MP e confia na base para aprová-la. Ele fez as declarações após se reunir com o líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP ), e depois encontrou-se com o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). Deputados da base ainda tentavam alterar este valor. Ainda ontem, um grupo de deputados do PT se reuniu para traçar uma estratégia em defesa de um novo valor.

O líder do PC do B na Casa, Renildo Calheiros (PE), também considerou ontem que o valor é baixo. “Não estamos animados em votar 260 reais”, disse. “Estamos na expectativa de negociar.” Ainda ontem à tarde, Rebelo se encontraria com os líderes do PFL, José Carlos Aleluia (BA), e do PSDB na Câmara, Custódio Mattos (MG). “Vou tratar de interesses do País, do povo e da Pátria”, antecipou o chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República a propósito desses encontros.

No entanto, 14 deputados do PT assinaram um documento, no qual defendem salário mínimo de R$ 300,00, em vez dos R$ 260,00 definidos pelo presidente Lula. “É possível chegar a um mínimo de R$ 300,00 atingindo os US$ 100,00 que o Partido dos Trabalhadores sempre defendeu”, dizem os deputados no texto. Eles avisam que consideram “impensável” fecharem questão em torno dos R$ 260,00 na votação da MP.

“O fiscal e o monetário não estão acima do social! Urge que o presidente Lula lidere uma negociação nacional, convocando todos os segmentos sociais partidários que queiram elevar a remuneração básica dos trabalhadores brasileiros. Isto é necessário e possível.” O texto, intitulado “Salário Mínimo e a Política de Redistribuição de Renda”, é assinado pelos seguintes deputados petistas: Chico Alencar (RJ), João Alfredo (CE), Paulo Rubem (PE), Ivan Valente (SP), Walter Pinheiro (BA), Doutor Rosinha (PR), Orlando Fantazzini (SP), Orlando Desconsi (RS), Maninha (DF), Tarcísio Zimermann (RS), João Grandão (MS), Doutora Clair (PR), Iara Bernardi (SP) e Nazareno Fontele (PI).

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