Brasília – O presidente do PT, José Genoino, admitiu ontem que o PT deve perder espaço no ministério do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a entrada do PMDB na base aliada. Segundo ele, o partido será generoso e vai reduzir sua participação no ministério sem traumas. “O PT deve abrir espaço para o PMDB no governo. O PT tem de demonstrar generosidade e vai dar o exemplo. O PT tem muitos ministérios. Não vai ter trauma”, disse.

Na tentativa de evitar um desgaste entre os poderes, Genoino argumentou que o debate sobre a reforma do Judiciário no Congresso será uma iniciativa do Partido dos Trabalhadores. Durante um intervalo na reunião da executiva nacional do PT, em Brasília, Genoino informou que o partido pretende discutir temas como o controle externo do Judiciário e a agilidade da Justiça nos julgamentos.

“Será uma iniciativa do partido agindo em consonância com o Ministério da Justiça”, explicou o presidente do PT. Na reunião com o chefe da Casa Civil, José Dirceu, segundo Genoino, foi feito um “debate político” sobre a política econômica do governo: “Com Dirceu, fizemos um debate político colocando a geração de empregos como tarefa central para o próximo ano”, explicou Genoino.

O partido, segundo Genoino, deve participar também do debate sobre a reforma política. Segundo ele, o partido defende a fidelidade partidária e a mudança para que as eleições parlamentares sejam feitas em lista, mas o presidente do partido defende que o modelo seja misto: metade dos candidatos escolhidos na lista e metade direto.

Na África, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao responder a uma pergunta de um jornalista sobre a reforma ministerial de seu governo e se ela atingiria algum dos ministros que o acompanham nesta viagem ao continente africano, afirmou: “Eu não estou anunciando reforma ministerial. Indiquei os meus ministros quando quis e os substituo quando quiser. Essa não é a minha preocupação”.

“Os que estão viajando comigo são meus ministros. Vão viajar comigo até o momento em que eu decida fazer mudanças no ministério. E da mesma forma que os indiquei posso afastar qualquer um deles”, afirmou Lula.

“Quando eu tiver que pensar em mudança de ministro prefiro estar em Brasília, no meu gabinete ou na minha casa, com um conjunto de companheiros do próprio governo, com aliados políticos, decidindo se vamos ou não fazer as mudanças que precisam ser feitas. Por enquanto, não estou precisando fazer isso”, concluiu.

continua após a publicidade

continua após a publicidade