PT dá prazo até dia 17 para bancada se afinar

Brasília

? Deputados e senadores do PT que desobedecerem a orientação partidária nas votações do Congresso, sejam elas quais forem, serão punidos com penas que vão da advertência à suspensão e até à expulsão, avisou o senador Aloizio Mercadante, enquanto o líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), afirmou que a bancada tem até o dia 17, quando o Congresso volta aos trabalhos, para “azeitar as coisas”, referindo-se às diversas correntes do partido e a relação do governo.

O primeiro recado às alas radicais do partido, acertado com o Palácio do Planalto, foi dado ontem pelo líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP): “O PT não abre mão de fechar questões nas votações. Uma decisão da bancada é uma decisão para ser cumprida”, afirmou. Com a medida, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) receberá mesmo uma advertência pública da direção nacional do PT, proposta feita pelo presidente do partido, José Genoino, apesar da movimentação de colegas parlamentares para que seja encontrada uma solução negociada. Heloísa desobedeceu a uma decisão partidária – a de comparecer à sessão que elegeu o senador José Sarney (PMDB-AP) presidente do Senado.

“Nosso partido fez parte da chapa. Ninguém questionou nossos nomes. Não cabe a nós questionar os dos outros”, disse Mercadante, visivelmente descontente com as explicações de Heloísa Helena para sua ausência – a de que não vota em “representante de oligarquias”. Mercadante, líder do partido naquela Casa. Ele tinha uma reunião marcada para ontem à noite com a senadora Heloísa Helena (PT-AL), a maior rebelde e crítica do partido, para avaliar os motivos de sua ausência na sessão de eleição da mesa diretora do Senado. Mercadante observou que este é um segundo momento na relação da senadora alagoana com o partido, já que o primeiro foi o impasse na votação da indicação de Henrique Meirelles para o Banco Central.

Mercadante também admitiu que a crise interna do PT pode reforçar a decisão dos senadores do partido de examinarem o quanto antes a reforma política. Segundo ele, o Brasil inteiro quer que o Congresso reveja a legislação eleitoral. Entre os pontos que o líder deseja incluir na reforma estão a fidelidade partidária, o financiamento público de campanha e adoção de regras mais rígidas para que os partidos tenham acesso ao horário eleitoral. Mercadante citou as legendas de aluguel, o troca-troca de partidos e os desvios no programa eleitoral gratuito como desvios que devem ser corrigidos pela reforma política. “Isso tudo tem de acabar para valorizar a democracia”, defendeu.

Enquanto isso Nelson Pellegrino, afirmou que os deputados receberão um diagnóstico sobre a situação econômica quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência para que todos tenham consciência de como o partido encontrou o País.

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