Brasília

(AE) – O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), admitiu ontem que a aliança eleitoral de seu partido com o PSDB tem objetivos estratégicos que se projetam para muito além das eleições e não dependem do resultado da disputa presidencial. Trata-se, explica, do processo de refusão das siglas, sobre o qual já houve conversas com o candidato tucano, José Serra, e o presidente Fernando Henrique Cardoso participou de pelo menos uma importante, no Palácio da Alvorada. As conversas devem se acelerar após a eleição, para serem concluídas até a reabertura do Congresso, em fevereiro.

A idéia é a de construção de um grande partido situado no centro do espectro político-idelógico, tendo como base o programa de reformas que PMDB e PSDB implementaram nos últimos anos com outros aliados, entre eles PFL e PPB, e o desdobramento dessas reformas, sobre o qual há divergências com os antigos parceiros. O partido surgiria com fortes bancadas, algo entre 160 e 180 deputados e a maioria absoluta do Senado, ou algo muito próximo a isso. Desde o início teria o comando do Congresso, por meio das presidências e principais comissões técnicas. Além disso, seria um partido decisivo na definição da agenda congressual e no processo decisório parlamentar em qualquer hipótese, se Serra ganhar a eleição ou não.

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