Promotoria denuncia casal acusado de torturar e matar menino

O Ministério Público do Rio denunciou (acusou formalmente) à Justiça hoje o casal preso sob suspeita de torturar e levar à morte um menino de dois anos, filho dele. A criança morreu na noite de terça, no Hospital Cardoso Fontes, zona oeste da cidade.

Luana Rodrigues do Nascimento, 23, e Widemberg de Araújo Souza, 22, pai da criança, foram denunciados pelo crime de tortura continuada e seguida de morte.

Wesley, 2, tinha sido levado ao hospital pela madrasta e por vizinhos, onde chegou com parada cardiorrespiratória, hematomas pelo corpo e fraturas nas pernas e no crânio. Aos médicos, a madrasta disse que o menino havia caído da cama.

A polícia foi chamada e o pedreiro Souza e a mulher foram presos em flagrante. O Ministério Público pediu a prisão preventiva (sem prazo) dos acusados.

O menino morava com o pai e com a madrasta na favela de Rio das Pedras, na zona oeste, havia quatro meses. Antes disso, vivia com a mãe no Espírito Santo. Ela alegou não ter condições de sustentar o menino e o deixou ir morar com o pai no Rio.

De acordo com a denúncia, desde março até o dia 15 de julho, em Rio das Pedras, Jacarepaguá, a criança foi submetida a diversas sessões de espancamento, com tapas, socos e empurrões, além de ter a cabeça batida na parede, chegando a perder os dentes.

A tortura era praticada todos os dias, segundo a Promotoria, e para que vizinhos não percebessem o aparelho de som e a televisão eram ligados no volume máximo.

Ainda assim, o choro da criança podia ser ouvidos do lado de fora da casa, e os vizinhos relataram que raramente viam a criança, mas quando viam, estava sempre machucada.

As agressões sofridas foram tão intensas que resultaram em diversas lesões, com hematomas por todo o corpo e fratura da base do crânio e do fêmur. As causas da morte, segundo o laudo da necropsia, foram edema cerebral e laceração hepática.

Em seu depoimento, segundo o delegado Vilson de Almeida, da 32ª DP (Jacarepaguá), o pai da criança disse que as agressões aconteciam “de forma educativa”. Já a madrasta disse ao delegado Maurício Mendonça que Souza “não gostava do filho”.