Promotoria decide acusar Cepollina

Foto: Arquivo/O Estado

Carla Cepollina voltou à delegacia ontem e saiu indiciada.

O promotor Luiz Fernando Vaggione, que acompanha as investigações do assassinato do coronel e deputado estadual Ubiratan Guimarães, afirmou ontem que vai apresentar denúncia contra a advogada Carla Prinzivalli Cepollina por homicídio doloso. ?Ela é a assassina do coronel?, declarou. Segundo ele, após a conclusão do inquérito policial, o Ministério Público poderá oferecer a denúncia contra ela em aproximadamente dez dias. Para ele, Carla já deveria ter confessado o crime.

Vaggione disse que Carla ocultou provas do crime assim que o corpo de Ubiratan foi encontrado. Uma das provas seria uma blusa de cor clara, que Carla teria usado no dia do crime. À polícia ela entregou uma blusa escura, de acordo com o promotor.

Carla chegou por volta das 14h30 de ontem para prestar novo depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) acompanhada pela mãe, a também advogada Liliana Prinzivalli, e de seu advogado, Antônio Carlos Carvalho Pinto. Eles estavam num Santana branco, com vidros escuros, escoltado pela polícia.

Ao sair de seu apartamento no Campo Belo, zona sul, Liliana garantiu que sua filha não vai confessar o crime. Ela também criticou o trabalho de investigação do DHPP e falou que vai mandar o caso para fora do país e até para a Organização das Nações Unidas (ONU). Ao ser questionada sobre as declarações da empregada que contou à polícia que viu manchas vermelhas numa calça e numa blusa de Carla, ela ressaltou que trata-se de molho de tomate.

O advogado Antônio Carlos Carvalho Pinto afirmou que sua cliente deverá aguardar o julgamento em liberdade. Ele disse que é até capaz de entender o indiciamento, mas o considera uma ?medida prematura?. ?O DHPP devia ser mais prudente, mais cauteloso?, declarou.

Carla nega o crime e alega que não há provas contra ela. Ela foi formalmente indiciada ontem por homicídio duplamente qualificado – crime foi praticado por motivo torpe e ela usou recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Ao final do interrogatório, ela teve de responder a um questionário sobre seu passado, além de ser fotografada e ter suas digitais colhidas. O indiciamento é a peça formal em que uma pessoa é apontada como autora de um crime.

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