Professores de São Paulo acusam Secretaria de descumprir acordo

A presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, disse nesta quarta-feira (9) que vai denunciar a Secretaria de Educação ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) por descumprimento de acordo. Os professores receberam na última terça-feira (8) da Secretaria o plano de reposição de aulas e de pagamento dos dias parados. Mas a proposta ainda terá de ser formalizada no TRT, o que deve acontecer até esta quinta-feira (10).

A categoria discorda da forma como será feito o pagamento e já considera retomar a greve após as férias escolares. "A idéia era de que não houvesse desconto. Essa foi a condição fundamental para a suspensão da greve, mas agora a Secretaria recuou e voltamos à estaca zero", disse Maria Izabel.

No dia 4, depois de três semanas de greve, o sindicato e a Secretaria fizeram um acordo no TRT. Ele previa que os professores suspenderiam a greve desde que a Secretaria apresentasse o plano. O movimento foi suspenso e a proposta, apresentada aos professores no prazo previsto. O problema é que ela prevê desconto das faltas nos salários e pagamento das aulas somente após a reposição, o que os professores não aceitam.

O texto do acordo no TRT, no entanto, não detalha como nem quando seria feito o pagamento pelos dias parados. Informa apenas: "A Apeoesp se compromete a suspender o movimento mediante o compromisso de recebimento dos dias parados." Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria não foi encontrada para comentar o assunto – nesta quarta (9) é feriado estadual em São Paulo.

GREVE 

Nesta quinta (10) e sexta (11), representantes dos professores se reúnem para definir a data da próxima assembléia, que decidirá pela retomada ou pelo fim da greve. "A possibilidade de retomada da greve no segundo semestre é real", afirma Maria Izabel. "Não confiamos mais na Secretaria".

Os docentes decidiram entrar em greve em 13 de junho. Eles reivindicam piso salarial de R$ 2 mil e a revogação de decreto que limita as transferências de professores entre escolas e cria uma prova para seleção de professores temporários Durante o movimento, conseguiram aumento salarial de 12% e mudança em alguns pontos do decreto.

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