Produtores querem cachaça reconhecida como genuinamente brasileira

Brasília – Da mesma maneira que o uísque genuíno tem que ser o produzido na Escócia, queremos que a cachaça legítima seja a produzida no Brasil, afirmou nesta quarta-feira (23) o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaça, João Luiz de Faria.

Reunidos no Ministério da Agricultura pela primeira vez neste ano, os representantes do setor discutiram o reconhecimento internacional da cachaça como produto genuinamente brasileiro.

Esse reconhecimento, acrescentou Faria, protegerá os produtores no caso de cópias feitas em outros países. "Continuará a existir a aguardente de cana feita na África, na Austrália, na China, na América do Sul, mas é fundamental a proteção ao produto brasileiro, especialmente quando ele tiver um crescimento mais acelerado", defendeu.

O presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), César Rosa, que participou da reunião, disse que para o reconhecimento o governo precisa estar envolvido, por se tratar de uma negociação em que geralmente é imposta uma contrapartida.

"Os Estados Unidos já ofereceram o reconhecimento do produto ‘cachaça do Brasil’, desde que uma nova empresa aérea fosse aberta por uma empresa americana no país. Então, é um ato de negociação de governo?, exemplificou.

Rosa, que também é produtor, lembrou que o segmento "gera 650 mil empregos, tem 40 mil produtores, dos quais 99% são micro e pequenos, e 4 mil marcas comercializadas, com quase 200 exportadores".

Segundo ele, o trabalho pelo reconhecimento já é feito há dez anos. "O governo mexicano investiu institucionalmente 12 anos nesse negócio e hoje a tequila representa US$ 250 milhões nas exportações daquele país", citou.

O presidente do Ibrac informou ainda que a capacidade instalada para exportação de cachaça no Brasil é de cerca de 1,1 bilhão de litros por ano, mas que apenas 14 milhões de litros são vendidos para outros países.

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