Procurador pede troca do comando da PM de São Paulo

O procurador da República Matheus Baraldi anunciou hoje que fará um pedido para que o comando da Polícia Militar paulista seja trocado.

“Hoje, os oficiais perderam o controle dos praças. A tropa não está mais sob controle”, disse o procurador durante uma audiência pública sobre violência policial realizada no auditório do MPF (Ministério Público Federal).

O procurador afirmou que vai esperar por três dias um posicionamento do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Caso o governo não troque o comando da PM, o procurador diz que entrará com uma ação civil pública na Justiça Federal, pedindo que ela determine a substituição.

Participam da audiência, além do Ministério Público Federal, representantes da Defensoria Pública do Estado e dos conselhos de Direitos Humanos estadual e federal.

Também estiveram presentes o major Olímpio Gomes, da comissão de Segurança da Assembleia e ex-oficial da PM, o ex-deputado coronel Paes de Lira e representantes de associações de militares.

Durante a tarde o auditório ficou lotado e houve alguns momentos de discussão entre representantes dos militares e da sociedade civil.

Entre os assuntos debatidos estavam casos de violência e pedidos pela extinção da PM, com o fim da militarização da polícia.

Crimes

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo divulgou os dados da violência no Estado no primeiro semestre do ano. De acordo com as estatísticas, a capital registrou um novo aumento no número de homicídios – o quarto seguido – e encerrou o primeiro semestre com alta de 21,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Foram registrados 586 casos de homicídio doloso (com intenção) de janeiro a junho, contra 482 no mesmo período de 2011. O número de mortos chegou a 622 – aumento de 21,2% (já que há ocorrências com mais de uma vítima, como chacinas).

Considerando apenas o mês de junho, a alta no número de casos foi de 47% – conforme antecipado pela Folha e no número de vítimas foi de 49% – 134 morreram assassinadas em 2012 contra 90 em junho do ano passado.

As estatísticas corroboram a onda de violência que ocorre na Grande São Paulo desde o fim de junho, com ataques a policiais e bases da Polícia Militar, incêndios em ônibus e mortes de suspeitos em supostos confrontos com a polícia.

Junho foi o mês mais violento na capital paulista ao menos dos últimos dois anos – só perde para março de 2010, quando foram registrados 125 casos de homicídio.

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