Brasília – Apesar dos sistemáticos pedidos do Ministério da Saúde e de secretarias locais para que apenas moradores e visitantes de regiões de risco se vacinem contra a febre amarela, a busca pela imunização continua intensa. Em Goiás e no Distrito Federal, áreas que registram casos suspeitos da doença, mais de 2,7 milhões de pessoas foram vacinadas até o último domingo (13).

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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal, que já vacinou aproximadamente um milhão de pessoas, tem enfatizado que não é preciso repetir a vacina em período inferior a dez anos, tempo em que a fórmula assegura a imunidade. Na última sexta-feira (12), o subsecretário de Vigilância à Saúde do DF, Joaquim Carlos Barros, afirmou que a reaplicação desnecessária da vacina pode até causar efeitos colaterais como febre, intoxicação, mal-estar e abcessos

Domingo, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, fez um pronunciamento oficial sobre a incidência de febre amarela no país e também salientou que a vacina deve ser aplicada apenas em casos específicos.

?Se você não mora ou não viajar para essas regiões [de risco], não precisa se vacinar. Quem já se vacinou pode ficar tranqüilo: o efeito da vacina protege as pessoas durante dez anos. Portanto, só procure os postos de saúde se morar ou for visitar as áreas de risco e nunca se vacinou ou foi vacinado antes de 1999?, solicitou.

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Assim como já havia garantido na semana passada, Temporão disse que não há risco de uma epidemia de febre amarela no país.

?Estou aqui para tranqüilizar a população sobre um assunto que está preocupando os brasileiros nos últimos dias. O temor de que esteja ocorrendo uma epidemia de febre amarela no país. Não existe risco de epidemia. O Brasil não tem casos de febre amarela urbana desde 1942. Os casos registrados de lá para cá foram todos de febre amarela silvestre, ou seja, de pessoas que contraíram a doença nas florestas?, assegurou.

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De acordo com informações do Ministério da Saúde, dos 24 casos notificados até agora em todo o país, apenas os exames de Graco Abubakir, morto em Brasília na semana passada, e de uma paciente internada em São Paulo confirmaram a presença do vírus da febre amarela. Em cinco das notificações, a ocorrência da doença foi descartada.

No último sábado (12), mais uma morte suspeita ocorreu na região Centro-Oeste. O lavrador espanhol Salvador Perez de la Cal morreu no Hospital de Doenças Tropicais (HDT) de Goiânia após apresentar sintomas da febre amarela.

Segundo os médicos responsáveis, o quadro do estrangeiro, que havia adquirido uma fazenda em Goiás, piorou de maneira muito rápida e culminou em uma parada cardio-respiratória. O laudo que vai apontar a causa da morte do estrangeiro sai em até sete dias.