Motim dura mais de 36 horas.

Rebelados há mais de 36 horas, os presos da Casa de Custódia de Benfica, na zona norte do Rio, executaram um dos reféns ontem à tarde. O agente penitenciário Marco Antônio Borgati, de 43 anos, foi baleado nas costas e morreu pouco depois. Às 19h10 foi libertado mais um refém, o PM reformado Paulo Henrique Rodrigues, 63, que também faz parte da cooperativa. Os presos resolveram soltá-lo porque ele sofreu ataque cardíaco. Outras 21 pessoas continuavam em poder dos detentos até o início da noite, alguns deles amarrados em bujões de gás.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Geraldo Moreira (PSB), que acompanha as negociações para o fim da rebelião, contou que Borgati foi empurrado pelos amotinados e caiu diante da comissão de negociadores. Em seguida, atiraram no agente com escopeta. Isso aconteceu justamente no momento em que o fim da rebelião era discutido. Os internos chegaram a disparar até mesmo contra o grupo de negociadores, entre eles o subsecretário estadual de Direitos Humanos, Paulo Baía, e o subsecretário operacional da Secretaria da Segurança Pública, delegado Paulo Souto. Eles saíram correndo e não foram atingidos.

A falta de liderança entre os presos é apontada pelos negociadores como principal obstáculo para um acordo. Ligados ao Comando Vermelho, os amotinados – que começaram a rebelião depois da fuga de 14 presos, às 6h de sábado – reivindicam a garantia de sua integridade física e a transferência de detentos de outras facções criminosas.

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