Presidente do Banco Rural nega envolvimento no Mensalão

Em depoimento prestado nesta segunda-feira (28) à Justiça Federal em Minas Gerais, a presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, negou nesta segunda-feira envolvimento com o esquema do mensalão. Ela disse que não teve participação nos empréstimos concedidos ao PT e à SMP&B, extinta agência do publicitário Marcos Valério. Kátia Rabello alegou só ter tomado conhecimento das acusações de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta após a deflagração da crise política, por meio da imprensa.

Segundo Kátia, na época, o responsável pelas operações financeiras do banco era o vice-presidente José Augusto Dumont, até 2004, ano em que morreu. Contudo, ela teria votado pela renovação dos contratos com o PT. A cifra dos empréstimos, segundo ela, era irrisória: R$ 29 milhões para a empresa de publicidade e R$ 2 milhões para o PT, perto da linha de crédito de R$ 5 bilhões de que o banco dispunha. "Por isso esse total não chegava ao meu conhecimento. É realmente muito pouco perto do que detínhamos.

De acordo com a presidente do banco, o crédito concedido ao PT estaria lastreado pela contribuição paga pelos membros do partido. Porém, ela não soube dizer se tal garantia estava expressamente prevista no contrato de empréstimo. "Banco vive de emprestar dinheiro. Se você entende que o cliente pode pagar, não há porque negar."

Kátia Rabello também refutou a acusação de lavagem de dinheiro. Segundo a presidente do Banco Rural, todos os empréstimos são registrados em formulários próprios, contendo a origem do dinheiro e também quem o sacaria. Aproximadamente R$ 40 milhões foram retirados ao longo de dois anos do Banco Rural. De acordo com a interrogada, o volume, se diluído pelo período de tempo apontado, não apresenta motivo para desconfiança alguma dos gestores da instituição.

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