Preocupado com a instalação iminente da CPI dos Cartões, o Palácio do Planalto quer nomear esta semana os apadrinhados do PMDB para os postos de comando da Eletrobrás e da Petrobras. É grande a pressão do partido para que o governo aproveite as reuniões dos conselhos administrativos da Eletrobrás e da Petrobras, respectivamente previstas para amanhã e sexta-feira, e efetive as indicações acordadas entre dirigentes peemedebistas e petistas.

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A decisão de apressar as nomeações, efetivando os afilhados políticos do PMDB e também do PT, visa a fortalecer a base governista e facilitar a vida do governo ao longo das investigações sobre o mau uso dos cartões corporativos no Congresso. O PMDB apresentou ao governo candidatos a oito cargos-chave no setor elétrico e deve emplacar o presidente da Eletrobrás e os diretores administrativo e financeiro da empresa. Na reunião de líderes da Câmara que discutiu a instalação da CPI mista, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) manifestou-se contra a participação dos deputados no inquérito dos senadores. ?Administrar aliado em CPI dá mais trabalho ao governo do que administrar a oposição?, alertou.

A aposta geral da cúpula do partido e de setores do governo é de que o nome de José Antonio Muniz Lopes seja levado a exame do conselho da Eletrobrás, para presidir a empresa na condição de afilhado do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), e do senador José Sarney (PMDB-AP). Isso, a despeito de o preferido da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para o posto ser Flávio Decat, apadrinhado a seu pedido pelo governador peemedebista do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

Também há disputa pela Diretoria Internacional da Petrobras. Setores do governo e do PMDB não têm dúvida de que o escolhido será o candidato da bancada mineira, Jorge Zelada. Revelam, contudo, que o senador petista Delcídio Amaral (MS) se juntou a Renan Calheiros (PMDB-AL) e ao deputado Jader Barbalho (PMDB-PA). Os três trabalharam por Nestor Cerveró.

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