Popularidade de Lula começa a despencar

Brasília

– Em pouco mais de dois meses, a avaliação positiva do governo de Luiz Inácio Lula da Silva caiu nove pontos, passando de 56,6 por cento para 45 por cento, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Sensus sob encomenda da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

O índice de aprovação ao desempenho pessoal de Lula, entretanto, ainda é considerado alto, mesmo tendo recuado de 83,6 por cento, no início de janeiro, para os atuais 78,9 por cento. A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 10 de março junto a 2 mil pessoas em 24 estados brasileiros. Dos 45 por cento que avaliaram o governo de Lula como positivo, 8,4 por cento avaliaram seu desempenho como ótimo; 36,6 por cento, bom; e 32,7, regular.

Em janeiro, 12,6 por cento avaliaram o governo como ótimo; 44 por cento, como bom; e 17,7 por cento, como regular. Por outro lado, subiu de 2,3 por cento para 7,9 por cento a parcela de entrevistados que deram nota negativa a Lula. Também diminuiu o número de pessoas que consideram que Lula fará, ao longo de quatro anos, um governo ótimo ou bom, passando de 78,4 por cento para 69,8 por cento.

Lula e sua equipe também perderam pontos quando a pergunta foi a expectativa dos brasileiros em relação à queda do desemprego: 63,2 por cento, ou 15 pontos a menos, acham que a situação vai melhorar. O Instituto Sensus apurou que 45,2 por cento dos entrevistados acreditam que a inflação está de volta; 33,1 por cento acham que ainda não voltou, mas vai voltar; e 14 por cento não acreditam que o temido “dragão” reaparecerá.

O líder do PT na Câmara, deputado Nelson Pellegrino (BA), considerou “normal” a queda dos índices de popularidades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontada na pesquisa CNT/Sensus. Segundo ele, é normal quem tem índice muito alto perder um pouco. Mas ele considera que os números ainda revelam que o presidente goza de grande popularidade. Pellegrino disse, no entanto, que é importante refletir sobre a pesquisa. “Uma pesquisa dessas tem que ser seguida de uma reflexão”, observou, preferindo, entretanto, não exteriorizar agora essa reflexão.

Na avaliação do líder do PFL na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (BA), a queda de popularidade “é a marcha natural do encontro do governo com a realidade”. Segundo Aleluia, “é evidente que a popularidade do presidente vai seguir em queda”. O que não se sabe ainda, segundo ele, é em que ponto haverá uma estabilização da popularidade. Ele atribui a queda ao fato de a população estar descobrindo que Lula não está cumprindo o que prometeu durante a campanha. “O programa de geração de emprego não existe, a inflação não está contida, o Programa de Combate à Fome não distribuiu nenhum grão de comida”, concluiu.

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