Policiais federais recebiam R$ 5 mil da máfia no Rio de Janeiro

Policiais presos na segunda fase da Operação Hurricane (Furacão) desencadeada pela Polícia Federal no Rio, recebiam mesadas da máfia de jogos ilegais. Entre eles há dois delegados da Polícia Civil, José Januário de Freitas e Luiz Rubem dos Santos, e um da PF, Júlio Rodrigues Bilharinho. Segundo o superintendente da PF no Rio, Delci Teixeira, federais envolvidos recebiam propinas mensais de R$ 5 mil. O delegado deu a entender que os civis recebiam valores parecidos. As mesadas eram pagas em troca de proteção e informações sobre as ações contra o jogo ilegal. ?O policial informaria quando seriam feitas as operações de repressão às máquinas de jogos eletrônicos?, disse Teixeira

Foi decretada a prisão de cinco possíveis cúmplices do esquema, como o foragido Luciano Andrade do Nascimento, o Bola. Ele daria apoio a Júlio César Guimarães Sobrera – sobrinho do bicheiro Aílton Guimarães Jorge -, tido como tesoureiro da quadrilha.

Em abril, a PF encontrou na casa de Bola a contabilidade do bando, que indica gastos em torno de R$ 1,1 milhão mensais com propinas a policiais: R$ 846 mil para a Polícia Civil, R$ 51,5 mil para a PM, R$ 240 mil para a PF e R$ 23 mil para políticos. O material é a base da investigação da PF, que fundamentou as denúncias do Ministério Público Federal.

Dos 36 mandados de prisão preventiva expedidos, 32 haviam sido cumpridos até o início da noite de ontem. Oito envolvidos, presos em abril, tiveram nova prisão decretada, entre eles os bicheiros Antônio Petrus Kalil, Aniz Abrahão David e Aílton Guimarães Jorge. Teixeira disse que o material apreendido também deverá subsidiar a terceira fase da Hurricane, com prisões de policiais e ao menos um político.

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