Polícia reconstitui assassinato de executivo da Yoki

A polícia de São Paulo realizou na madrugada de hoje a reconstituição do assassinato de Marcos Kitano Matsunaga, 42, executivo da Yoki. Ele foi morto com um tiro na cabeça e esquartejado. O objetivo da reconstituição era confirmar a versão dada por Elize Matsunaga, 38, mulher do executivo e que confessou o crime ontem. Ela disse que não teve ajuda para matar e desovar o corpo.

Segundo informações do “Bom Dia São Paulo”, da Rede Globo, os trabalhos começaram na noite de ontem, duraram aproximadamente seis horas e comprovaram a versão de Elize -que o executivo foi morto na sala e arrastado até um quarto, onde foi esquartejado. A mulher acompanhou a reconstituição. Os peritos levaram um boneco com peso e altura semelhantes ao do executivo e usaram um reagente químico para localizar marcas de sangue no apartamento do casal, na zona oeste de São Paulo.

Confissão

Elize está presa desde o dia 4 e ontem, em um depoimento de aproximadamente oito horas à Justiça, confessou o crime. O executivo era um dos herdeiros da Yoki Alimentos, vendida recentemente a um grupo norte-americano por R$ 1,75 bilhão.
Ela disse ter matado Matsunaga com um tiro na cabeça após uma discussão, seguida de agressão, provocada por ciúmes.

A polícia diz acreditar que Elize contratou um detetive e descobriu que era traída. Na discussão na sala, disse, o marido a agrediu com um tapa. Ela, então, pegou uma pistola.380 mm – presente dado pelo marido – e atirou nele. O crime ocorreu de 19 para 20 de maio no apartamento do casal.

Elize disse aos policiais que, após balear o marido, arrastou o corpo para o banheiro de um dos quartos da casa, esperou algumas horas e começou a cortá-lo com uma faca. Após atirar no marido, que é bacharel em direito e tem formação técnica em enfermagem, disse que esperou cerca de dez horas o corpo esfriar para evitar um sangramento maior da vítima.

Depois, colocou o corpo em sacos plásticos e os jogou em um terreno baldio em Cotia, na Grande São Paulo. Ela afirmou também que se desfez do corpo no mesmo dia -disse que costumava passar pela região a caminho de um sítio em Ibiúna

Na presença de seu advogado, Luciano Santoro, Elize contou que demorou cerca de quatro horas para esquartejar o marido. Depois, limpou o banheiro para evitar rastros. A filha do casal, de um ano, estava no apartamento na hora do crime. Elize e Matsunaga se casaram há dois anos.

Ontem, a prisão temporária de Elize foi prorrogada por mais 15 dias pela Justiça.

Imagens

A polícia divulgou na noite de ontem as imagens de câmeras de segurança do prédio onde o casal morava. Elas foram os principais indícios que levantaram a suspeita sobre a participação de Elize. As imagens mostram, no sábado (19 de maio), o casal, a filha e uma babá chegarem ao apartamento por volta das 18h30. A babá, dispensada, foi embora logo em seguida.

Cerca de uma hora depois, Matsunaga desce até a portaria para pegar uma pizza. Ele estava com a mesma roupa – uma camisa marrom – encontrada pela polícia nos locais onde pedaços de seu corpo foram deixados. Às 5h de domingo (20), a babá chega ao apartamento – onde tem acesso limitado, não podendo circular por todos os cômodos. Por volta das 11h30, Elize desce até a garagem, pelo elevador de serviço, com as três malas que teriam sido usadas para transportar o corpo. Às 23h50, ela retorna, já sem as malas.

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