O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) está no Morro do Turano, no Rio Comprido, zona norte do Rio de Janeiro, desde o início da manhã desta segunda-feira, 25. O morro dá acesso para a mata da Floresta da Tijuca, onde a polícia suspeita que os criminosos envolvidos nos confrontos na Rocinha, zona sul, tenham utilizado como rota de fuga. Ainda não há balanços da operação.

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Ao mesmo tempo, o Batalhão de Choque da Polícia Militar realiza uma operação na Rocinha. Equipes das Forças Armadas continuam no local. Ainda não foram registrados tiroteios na favela nesta manhã.

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Na comunidade de Vila Vintém, há policiais do 14º Batalhão de Polícia (Bangu). O morro é dominado pela facção Amigo dos Amigos (ADA), a mesma que comanda a Rocinha. De acordo com a polícia, criminosos da região participaram dos confrontos na Rocinha, no último dia 17.

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Depois de quase uma semana de tiroteios no Rio, as Forças Armadas foram chamadas nesta sexta-feira, 22, para cercar a Rocinha – a mais conhecida comunidade da capital fluminense -, diante do reconhecimento de que o Estado perdeu o controle na guerra deflagrada pelo crime. Ao todo, 950 homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estão mobilizados, além de dezenas de blindados e helicópteros. Mais três batalhões do Exército, que somam quase 3 mil homens, estão prontos, caso a situação se agrave.

A atual onda de intensos tiroteios na Rocinha começou no domingo passado, dia 17, quando o chefe do tráfico de drogas no morro, Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157, se desentendeu com o seu antecessor, Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso desde 2011. No domingo, 24, os tiroteios deixaram um morto.

Nem estaria insatisfeito com a atuação de Rogério 157 e teria tentado expulsar o seu grupo da favela, por meio de ordens dadas de dentro da prisão. A relação pode ter piorado depois da união da ADA com a facção paulista PCC. Já Rogério teria matado aliados de seu antecessor e mandado expulsar Danúbia de Souza Rangel, mulher de Nem, do morro.

Em represália, Nem teria incitado criminosos da ADA de outros morros, como Vila Vintém, Morro dos Macacos e São Carlos a tentar retomar a favela. A tentativa, porém, foi frustrada, e Rogério continua no alto do morro, segundo informações da Polícia. Danúbia, que é foragida e ostenta alto poder aquisitivo nas redes sociais, também estaria no local. Os dois corpos carbonizados encontrados pela polícia seriam do grupo de Rogério.

Na Segunda-feira passada, 18, o porta-voz da Polícia Militar do Rio, major Ivan Blaz, e o delegado-titular da 11ª DP (Rocinha), Antônio Ricardo, admitiram que sabiam que poderia haver confronto entre traficantes na Rocinha no dia anterior. Blaz afirmou que a Polícia Militar não agiu com mais força para acabar com o confronto porque a intervenção poderia vitimar moradores. Já Ricardo acrescentou que não sabia que o confronto, que durou cinco horas, “seria desta proporção”.

Na quarta-feira, 20, o governador do Rio afirmou que soube na madrugada do domingo que haveria confronto entre traficantes e pediu que a polícia não interviesse, o que causou polêmica.