A Polícia Civil de São Paulo passará a utilizar uma tecnologia de reconhecimento facial para identificar suspeitos de crimes, foragidos e até pessoas desaparecidas. O recurso foi testado durante jogos da Copa América na capital paulista e terá uma base de dados de 30 milhões de biometrias faciais e digitais, majoritariamente da população que emitiu documento de identidade no Estado.

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O sistema passa a funcionar nesta terça-feira, 28. Ele não funcionará em tempo real, isto é, as imagens de um local em que ocorreu um crime deverão ser enviadas para a equipe especializada, que submeterá o material à análise da nova tecnologia.

O início do uso do sistema foi anunciado em evento na manhã desta terça, com a presença do governador João Doria (PSDB) e outras autoridades. Tecnologias semelhantes são utilizadas em Estados como Bahia e Rio de Janeiro, além de outros países, e já foram alvo de críticas por erros e identificar majoritariamente pessoas negras.

De acordo com Doria, a tecnologia terá supervisão humana “constante”. “Aqui o procedimento é para que seja correto e permanentemente avaliado. A tecnologia é o estado mais puro da arte para a identificação do que quer que seja, no âmbito do estudo, acadêmico, da segurança pública, da ciência, mas também falha. Temos que ter cuidado no acompanhamento da própria tecnologia e ter um grupo de trabalho, como há, de supervisão permanente para que nenhuma falha ocorra e, se ocorrer, ser suprimida rapidamente”, disse em coletiva de imprensa.

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“O reconhecimento facial não vai ser utilizado isoladamente como meio de prova, nós vamos ‘linkar’ a outros procedimentos da Polícia Civil, que vão formar um conjunto e que vão aí determinar se esse sujeito, que é o suspeito, praticou o delito ou não”, completou o delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes.

Segundo o delegado Mitiake Yamamoto, diretor do Instituto de identificação da Polícia Civil (IIRGD), a base de dados deverá ser ampliado para 45 milhões de identidades. “Já foi usado na Copa América. Uma ‘blacklist’ foi inserida e identificou torcedores do Chile que tinham alguma restrição, na hora”, comenta ele, que ressaltou que, embora o recurso possa ser utilizado em tempo real, a princípio, não será aplicado dessa forma em São Paulo.

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