Polícia apresenta relatório sobre chacina na Baixada

Rio – O chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, delegado Álvaro Lins, disse ontem na Assembléia Legislativa, durante audiência pública com a Comissão de Direitos Humanos, que o número de vítimas na chacina ocorrida na Baixada Fluminense no dia 31 de março não é 31 e sim 29. Segundo ele, dois assassinatos não estão relacionados ao massacre, entre os quais a mulher que morreu neste domingo no Hospital da Posse, que seria a 31.ª vítima. Ela também não teria sido atingida pelos disparos feitos pelos PMs suspeitos. Álvaro Lins apresentou um relatório sobre tudo o que já foi investigado. A morte dos irmãos Lenilson e Leonardo de Souza Coutinho não tem qualquer relação com os assassinatos na Baixada Fluminense.

Eles foram assassinados no bairro de Corumbá, em Nova Iguaçu, na mesma noite em que policiais militares realizaram a chacina na região.

Ainda de acordo com Álvaro Lins, as investigações apontam para quatro atiradores, mas há suspeita sobre a participação de outros dois. Até o momento oito policiais estão presos temporariamente e hoje mais dois policiais terão a prisão decretada. Não foram encontrados indícios de participação direta na chacina por outros dois policiais que estão presos administrativamente.

Todos os 10 supostos envolvidos terão suas digitais confrontadas com as armas que forem identificadas como aquelas das quais partiram os disparos. Há 72 armas recolhidas sendo periciadas e passando por confronto balístico com 31 cápsulas retiradas dos corpos. As perícias nos locais dos crimes mostram que pelo menos quatro armas (três pistolas .40 e uma pistola 380) foram usadas, mas um dos corpos também apresentava projétil de revólver 38.

Enquanto respondia a perguntas feitas pelos deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, Álvaro criticou a duplicidade de investigações, já que a Polícia Federal também abriu um inquérito. Ele se diz favorável à colaboração, mas acredita que a existência de dois inquéritos atrapalha. O chefe de polícia aproveitou para anunciar que, nos próximos dias, os delegados receberão uma determinação para que, daqui para frente, todos os autos de resistência gerem inquéritos. 

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