PM é preso sob suspeita de sequestrar mulher e filha de traficante

Um policial militar do setor administrativo da coordenadoria das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Rio foi preso pela Polícia Civil na manhã de hoje sob suspeita de sequestrar e torturar mulher e filha de dois anos de um traficante do morro da Quitanda, em Costa Barros, zona norte do Rio. O crime teria acontecido na última semana de outubro.

Segundo o delegado adjunto da DAS (Divisão Antissequestro), Eduardo Soares, a mulher do traficante teria sido submetida a uma sessão de tortura ao ser espancada nas pernas enquanto o PM suspeito, que não teve o nome divulgado, exigia resgate de R$ 150 mil por telefone. A vítima e a filha também teriam sido obrigadas a se alimentar, durante dois dias de sequestro, apenas com biscoito e água.

“Eles colocavam ela [mulher de traficante] para falar no telefone enquanto era espancada nas pernas. A criança também sofreu com a alimentação inadequada”, afirmou o delegado à reportagem. Soares disse que não descarta a possibilidade de outros PMs estarem envolvidos no crime. “Investigamos três suspeitos, mas ainda não podemos afirmar que são policiais”, disse.

O nome do PM preso não foi divulgado. Ele foi localizado pela Polícia Civil na casa dele em Padre Miguel, zona oeste da cidade. Uma arma, documentos e um notebook foram apreendidos no local. A polícia já pediu a quebra de sigilo de dados do HD.

O delegado afirma que escutas telefônicas autorizadas pela Justiça comprovam a participação do PM no crime. O cativeiro em que as vítimas eram mantidas reféns ainda não foi localizado. A mulher do traficante disse aos investigadores que não identificou o lugar. Ela contou que foi liberada com a filha no morro do 18, no bairro Água Santa, zona norte.

A polícia também investiga se o PM suspeito teria participado de outra extorsão de R$ 250 mil e dois carros com traficantes durante operação no morro do Chapadão, em Costa Barros. A reportagem tentou contato com a coordenadoria das UPPs, mas ainda não obteve retorno. Até o final da tarde de hoje, o PM preso não havia prestado depoimento na DAS.

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