Planos de saúde só ampliaram 6,5% da cobertura

Balanço realizado pela própria Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostra que foram mínimas as incorporações de novas tecnologias e procedimentos no rol de cobertura dos planos de saúde que entrou em vigor no último dia 2 de abril. Segundo Jorge Luiz Carvalho, da gerência-geral técnico-assistencial de Produtos da ANS, as ampliações de cobertura foram 98, o que correspondem a 6,5% das 1.498 mudanças promovidas na lista de serviços obrigatórios dos planos. Se forem considerados todos os 2.894 itens da lista, o porcentual de coberturas novas é de apenas 3%.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) acredita que os benefícios do novo rol de cobertura dos planos de saúde para o consumidor foram mínimos. A maior parte do rol é resultado da inclusão de itens que já eram cobertos voluntariamente pelas operadoras ou que já estavam na legislação do setor, mas não no rol, desdobramentos de um procedimento mais antigo em vários e unificação de procedimentos, explicou o médico ontem durante evento para usuários de planos e operadoras promovido pela SulAmérica Seguros.

?Quanto às novas tecnologias, foram muito poucas coisas?, afirmou Carvalho, que participou diretamente da elaboração do rol e considera que este é um dos argumentos para que sejam derrubados os pedidos de liminares de empresas do setor que tentam cassar a nova lista.

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), no entanto, o quadro apresentado por Carvalho é prova de que os benefícios ao consumidor são tímidos, apesar da inclusão de procedimentos como a laqueadura e a vasectomia, de grande importância para a saúde pública. ?É o mínimo do mínimo e comprovação de que a ANS está longe de se preocupar com a saúde da população?, comentou Daniela Trettel, advogada do Idec.

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