Planalto teme caso do grampo ACM

Brasília

– Aliados e adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso não têm dúvidas: seja qual for o desfecho do escândalo da escuta telefônica ilegal patrocinada pela Secretaria de Segurança da Bahia e que envolve o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) como o maior suspeito, o Palácio do Planalto poderá sofrer prejuízos. Daí o trabalho dos articuladores de Lula de tentar descolar esse assunto do governo. Alguns líderes partidários avaliam que o governo petista não terá como escapar do desgaste, seja ele político ou de imagem. Acreditam que, se tudo acabar em “pizza”, o governo sairá desgastado diante da opinião pública que acredita que o Planalto manobrou para livrar ACM no Conselho de Ética do Senado. Mas caso as investigações apontem para a culpa do senador e ele seja punido no Conselho, aí o governo perderá na área política. “Isto empurraria o PFL definitivamente para a oposição, causando baixas importantes na base governista no Congresso”, admite um interlocutor do presidente Lula.

Cresce lista para CPI de ACM

Brasília – Cento e cinqüenta deputados já assinaram o requerimento para a instalação da CPI do Grampo, que deverá investigar denúncias de escuta telefônica contra políticos da Bahia. Para entrar na lista de espera das CPI, que já inclui outros 29 pedidos encaminhados à Mesa da Câmara, o requerimento deverá contar com pelo menos 171 assinaturas. Um dos autores do pedido, deputado Colbert Martins (PPS-BA), embarcou para Salvador para assistir aos depoimentos dos envolvidos no grampo. Uma das principais testemunhas, com depoimento marcado para sábado, é a advogada Adriana Barreto, ex-namorada do senador Antônio Carlos Magalhães e suposta vítima de grampo telefônico.

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