Planalto quer forçar oposição a deixar CPI dos Cartões

A ordem do Planalto para os aliados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Cartões é ?partir para o enfrentamento? com a oposição e forçá-la a abandonar a investigação. A estratégia não é consensual, mas foi a que teve o apoio da maioria dos participantes da reunião da coordenação política do governo na noite de segunda, da qual participaram ministros e representantes de partidos aliados.

De fato, na sessão de ontem da CPI, a base aliada votou unida e derrotou facilmente três requerimentos da oposição, entre eles um que pedia todas as informações relativas aos cartões corporativos da Presidência. O pedido foi derrotado por 11 a 7.

Nessa tática de confronto, o governo também enviou o primeiro lote de documentos à CPI. São papéis com dados sobre despesas feitas com cartões de débito, cheques das contas tipo B ou pagas à vista com recursos do fundo de suprimentos nos últimos dez anos, que incluem a prestação de contas de três ministérios: Planejamento, Previdência e Desenvolvimento Agrário (MDA). Um interlocutor de Lula afirma que a ?papelada? do MDA facilita a tática do confronto porque forçará o ex-ministro e deputado Raul Jungmann (PPS-PE) a dar explicações à CPI.

Diante dos rumores sobre supostas irregularidades que seriam constatadas pela CPI, o próprio Jungmann tomou a iniciativa de telefonar à tarde para o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho. Pediu pressa na liberação dos relatórios sobre seus gastos, já solicitados judicialmente por meio de um habeas-data. ?A finalidade disso tudo é me fazer dialogar com fantasmas e fantasias. É uma tentativa óbvia de intimidar?, protestou.

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