Brasília
(AE) – O vice-presidente do PL, deputado Bispo Rodrigues (RJ), defendeu ontem que o senador José Alencar (PL-MG), candidato a vice-presidente na chapa do PT, fique de fora dos palanques de Luiz Inácio Lula da Silva, caso os descontentes com a coligação entre os dois partidos insistirem em vaiá-lo, como fizeram sábado na convenção nacional do PT. Se isso ocorrer novamente, Rodrigues acredita que é melhor o senador se ocupar em buscar o apoio de empresários, em vez de se expor a constrangimentos.“Ele ficará preservado da falta de educação e do preconceito de radicais do PT”, defende o deputado. Bispo Rodrigues se diz preocupado com a possibilidade de os “donos da vaia”, em caso de vitória de Lula, ocuparem postos-chave no governo. “São os ditadores do PT”, acusa. “Se tiverem poder, com certeza vão perseguir os que não pensam como eles.
Para Bispo Rodrigues, coordenador da bancada evangélica do PL. Luiz Inácio Lula da Silva foi o grande prejudicado pelas vaias, mesmo não sendo o alvo do gesto. “Ficou demonstrado que há entre os petistas os que querem um único partido no País”, alega. Rodrigues diz que, se fosse possível, providenciaria a mudança desses radicais para Cuba, a fim de que eles pudesse sentir como é viver num governo ditatorial. “Eles iriam ver o que é bom com Fidel Castro”.
Rejeição
Inicialmente contrário à coligação com o PT, Bispo Rodrigues mostra que ainda não absorveu totalmente a idéia da aliança. Além de dizer que a situação o deixou na condição de “um cachorro em dia de mudança”, ele aprovou decisão do diretório carioca de apoiar a candidata ao governo, Rosinha Matheus, mulher do candidato à Presidência do PSB, Anthony Garotinho.
Pelas regras em vigor, o PL deveria fechar com a candidata do PT governadora Benedita Silva. O pastor diz que está “confuso” com a coligação e diz o motivo. “É que um liberal vota no Lula, mas um petista jamais votaria em alguém do PL”. Na sua opinião, isso decorre de um “preconceito gerado pelo radicalismo e pela falta de informação”.