PFL e PTB defendem aumento no salário de parlamentares

O PFL e o PTB aderiram à mobilização no Congresso para aumentar os salários dos parlamentares de R$ 8 mil para R$ 12,7 mil – o que representaria um reajuste de 50%. O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), disse hoje que considera razoável o novo valor. Seu colega, o presidente do PTB  José Carlos Martinez (PR), também entrou na campanha.

“Aqui, ninguém vive diferente. Não há um que come arroz e outro que come vento”, declarou Martinez. Com isso, ganhou corpo no Congresso o movimento pelo reajuste salarial liderado pelo primeiro secretário da Câmara, Severino Cavalcanti (PPB-PE). Embora resistam à idéia, parlamentares do PT avaliam que será difícil barrar o aumento no plenário. “Em algum momento, esse reajuste vai sair”, disse Carlito Merss (PT-SC).

Cavalcanti acertou com representantes dos partidos para apresentar à Mesa Diretora o projeto de decreto legislativo fixando em R$ 12,7 mil o salário dos deputados assim que o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), renunciar ao cargo. Isso está previsto para acontecer no dia 12.

Contrário ao reajuste, o deputado tucano deixará a função nesta data com argumento de que precisa cuidar dos assuntos de Minas Gerais, já que assume o governo do Estado dia 1.º. Em seu lugar, deverá ficar o primeiro vice-presidente da Câmara, Efraim Moraes (PFL-PB), simpático à idéia do aumento salarial.

Como parte da campanha pelo reajuste, Inocêncio disse hoje que os parlamentares estão oito anos sem aumento e, por isso, considera justa a reivindicação defendida por Cavalcanti. “Com os descontos, o salário líquido do deputado é de R$ 5 mil, o que é muito pouco para o deputado exercer o mandato”, disse o pefelista.

Mas não são todos os deputados que concordam com a idéia. O vice-presidente do PL, deputado Bispo Rodrigues (RJ), afirmou que o parlamentar recebe salários indiretos, como a verba de R$ 7 mil para gastos nos Estados, e, portanto, não precisam de aumento. Carlito Merss avalia que não há razão para o reajuste. “O que eu acho é que o deputado deveria ter melhores condições de trabalho”, disse o petista.

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